Ícone do site Jornal O Sul

Depois dos protestos contra o aumento das passagens, o presidente do Chile decreta estado de emergência

Santiago está em Estado de Emergência depois de protestos (Foto: Divulgação)

Após protestos nas estações de metrô da capital Santiago, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, decretou estado de emergência.

As manifestações, originadas devido ao aumento no preço das passagens, acabaram em violência. Os protestos iniciaram na sexta-feira (18), contra a majoração de 800 para 830 pesos, o equivalente a R$ 4,80, nos bilhetes do metrô no horário de pico. Desde 2010, não havia aumento nessa proporção (3,75%) no país.

Mais de 150 policiais ficaram feridos, cinco deles gravemente, e cerca de 50 carros da polícia foram danificados. Ao todo, 41 estações de metrô foram vandalizadas e 308 pessoas foram detidas. Por conta da violência, o metrô da capital chilena estará fechado neste final de semana.

A princípio, a manifestação era pacifista, mas acabou em protestos violentos que prosseguiram pela noite de sexta, com ataques incendiários contra o Banco do Chile e várias estações do metrô, entre outros pontos comerciais.

“Diante dos ataques sérios e repetidos e contra as estações e instalações do metrô de Santiago, contra a ordem pública e a segurança pública, declarei estado de emergência nas províncias de Santiago e Chacabuco, e nos municípios de Puente Alto e San Bernardo, na região metropolitana”, afirmou o presidente chileno, que alegou ainda que o objetivo da medida é voltar a recuperar a normalidade.

Com o decreto, o governo poderá tomar algumas medidas restritivas quanto a locomoção e reuniões.

O presidente chileno também confirmou a nomeação do general Javier Iturriaga del Campo como chefe da Defesa Nacional durante o estado de emergência, que descartou impor agora o toque de recolher.

“No momento, não temos informações que nos obriguem a decretar o toque de recolher”, disse o general. Mas anunciou que forças militares começarão a patrulhar a cidade nos “setores mais conflituosos”.

O presidente Sebastián Piñera disse ainda que nos próximos dias o governo convocará um diálogo transversal e fará “todos os esforços para aliviar a situação dos que foram afetados pelo aumento”.

A polícia do país não conseguiu conter os motins. Como consequência, os bombeiros tiveram que combater incêndios em estações de metrô, em ônibus urbanos, barricadas de rua, inclusive no prédio da companhia elétrica local.

Desde a última segunda-feira, milhares de pessoas, especialmente estudantes do ensino médio e universitário, têm protestado contra o aumento no preço dos bilhetes de metrô, decretado há duas semanas.

O Metrô de Santiago é uma empresa privada, de propriedade em parte do Estado chileno. O preço é fixado pelo chamado Painel de Peritos, com base em vários indicadores, como inflação, custo dos fornecimentos para o seu funcionamento e a taxa de câmbio, entre outros, e é aprovado pelo Ministério dos Transportes.

Sair da versão mobile