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Deputada Manuela d’Ávila não concorrerá à prefeitura de Porto Alegre

Manuela comunicou a decisão pelo Facebook (Foto: Divulgação)

A deputada estadual Manuela d’Ávila (PCdoB) anunciou na noite desta quarta-feira (17) que não concorrerá à prefeitura de Porto Alegre nas eleições deste ano. A maternidade foi o principal motivo alegado pela parlamentar. Ela é mãe de Laura, de 5 meses. Confira abaixo parte do texto publicado pela deputada no Facebook comunicando a decisão.

“Em 2013, decidi não concorrer à reeleição de deputada federal, após oito intensos anos em Brasília, optando por concorrer à Assembleia Legislativa. Eu desejava voltar a viver no Rio Grande, convivendo mais de perto com a população e com os movimentos sociais. O tempo mostrou que tomei a decisão certa: Ser deputada estadual tem sido fascinante! Há algo diferente e novo acontecendo, as formas de participação social foram transformadas e, ainda mais do que antes, a população exige novas formas de representação. Naquela ocasião, muitos diziam que eu voltava a Porto Alegre por um mero cálculo político: concorrer à prefeitura municipal. Nunca escondi de ninguém a vontade de administrar a cidade em que nasci e que vivo. Foi por isso que concorri à prefeita por duas vezes, a primeira delas aos 26 anos, apresentando um programa de governo muito atual. Nessas eleições que disputei, já dizíamos que na inteligência e na capacidade de nossas pessoas, temos o potencial necessário para superar os desafios e problemas que vivemos no cotidiano. Por isso, penso que para administrar Porto Alegre é preciso saber dialogar e incorporar essas capacidades na gestão da cidade, transpondo os limites da política tradicional. Afinal, muito do que há de novo no mundo, dessas novas formas de ativismo político, já foi ou é experimentado no cotidiano porto-alegrense. Porém, conversando com amigos e com militantes de meu partido, o PCdoB, diante das movimentações de setores da sociedade em torno de uma eventual candidatura minha nas eleições de 2016, decidi tornar pública minha decisão de NÃO concorrer à prefeitura municipal. Sou militante desde os 17 anos. Nesse período, disputei seis eleições. Aos 23 assumi meu primeiro mandato. São mais de onze anos de dedicação às causas que julgo corretas para contribuir com o desenvolvimento do Brasil e a construção de um futuro melhor. Dentre essas causas estão, justamente, aquelas que dizem respeito ao desenvolvimento de nossas crianças na primeira infância. Minha filha Laura tem apenas cinco meses. Sei o quanto ela precisa de mim em seus primeiros mil dias, fundamentais para o desenvolvimento. Não adiantaria lutar pelo desenvolvimento de nossos bebês e não fazer valer a minha luta para minha própria filha! Mais do que com teorias, é com a nossa prática que mudamos a realidade. Além disso, sei o quanto uma campanha é tensa, desgastante, e sei que, infelizmente, no momento da campanha eleitoral quem está na frente se torna o alvo de ataques que, não raramente, transcendem o limite da ética. Sei isso pela experiência própria de duas campanhas majoritárias. Aliás, experimento isso todos os dias nas redes sociais, tão somente diante da especulação sobre minha eventual candidatura. Não vou a expor a esse ambiente, que tanto tentamos mudar, num momento tão crucial de sua vida. Como feminista acredito no direito de cada mulher decidir sobre seu corpo e sua vida. Essa é a minha escolha.”

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