Ícone do site Jornal O Sul

Deputado é preso na Bahia após ficar foragido por dois dias

Parlamentar é suspeito de comandar o grupo há mais de uma década. (Foto: Agência Alba)

O deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, mais conhecido como Binho Galinha (PRD), foi preso nessa sexta-feira (3), após se entregar ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) em Feira de Santana, segunda maior cidade do Estado. A informação foi confirmada oficialmente pelo próprio órgão ministerial.

O parlamentar é investigado sob a suspeita de liderar uma organização criminosa com atuação semelhante à de uma milícia, sendo apontado como responsável por um esquema de lavagem de dinheiro que operava há mais de uma década. Ele era considerado foragido desde a deflagração da operação que resultou na prisão de sua esposa, de seu filho e de outras sete pessoas envolvidas no caso.

Segundo o MP-BA, após a apresentação voluntária e o cumprimento do mandado de prisão preventiva, Binho Galinha foi escoltado por uma equipe composta por cerca de 20 agentes, incluindo policiais e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), até a capital baiana, Salvador. Na cidade, ele ficará custodiado em uma Sala de Estado-Maior, em razão do cargo que ocupa na Assembleia Legislativa da Bahia.

Em nota divulgada à imprensa, o deputado afirmou que está colaborando com as autoridades desde o início das investigações e declarou que confia no sistema judiciário. Ele ressaltou que “todos os fatos serão devidamente esclarecidos ao longo do processo”.

A ordem de prisão preventiva contra o parlamentar foi autorizada com base em um entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que analisou o caso mesmo diante do foro por prerrogativa de função do deputado estadual. A decisão levou em conta a jurisprudência atual da Corte, segundo a qual o foro privilegiado só se aplica a crimes cometidos durante o exercício do mandato e que estejam diretamente relacionados às funções parlamentares.

Ainda segundo o STF, crimes praticados antes do início do mandato ou que não tenham conexão com a atividade parlamentar devem ser apurados e processados na primeira instância da Justiça.

A juíza responsável pela expedição do mandado reforçou em sua decisão que, no caso específico de Binho Galinha, a maioria dos fatos investigados ocorreram antes do início do mandato parlamentar. Nos casos em que os atos suspeitos foram praticados após a posse, a magistrada apontou que não há relação direta com o exercício do cargo.

Vale lembrar que, em 2011, quando ainda não exercia mandato eletivo, Binho Galinha foi preso durante uma operação policial que investigava roubo de veículos.

Sair da versão mobile