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Deputado federal Alexandre Ramagem leva segredos de Estado ao fugir para os Estados Unidos

O deputado federal, condenado a 16 anos de prisão por tentativa de golpe, deixou o Brasil em setembro. (Foto: Reprodução)

A permanência do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) nos Estados Unidos para fugir e ficar longe do alcance da justiça brasileira está preocupando oficiais de inteligência do Estado brasileiro, tanto civis quanto militares.

O deputado federal, condenado a 16 anos de prisão por tentativa de golpe, deixou o Brasil em setembro – mês em que a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou o núcleo crucial da trama golpista. A decisão do STF determinou que ele não poderia deixar o país e que deveria entregar o passaporte, e o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva dele após pedido sigiloso da PF.

Na terça-feira (25), o STF determinou o cumprimento de pena de todos os condenados do núcleo crucial da trama golpista, considerou que Ramagem está foragido e determinou a perda de mandato do deputado.

Segredos de Estado

Ramagem dirigiu a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) entre 2019 e 2022, e como diretor-geral teve conhecimento de informações relevantes para a soberania geral.

Ele participou da Operação Paraguai por haver suspeitas de que o governo de Donald Trump estivesse por trás de uma campanha movida por ONGs para que o país vizinho parasse de vender energia excedente da hidrelétrica Itaipu para o Brasil.

O próprio secretário Marco Rubio manifestou publicamente o interesse dos EUA na energia de Itaipu para alimentar datas centers americanos de inteligência artificial.

Um oficial de inteligência explicou o risco:

“Como diretor da Abin, ele teve acesso liberado a todas investigações e informações. Quem vai negar uma informação para o DG, ainda mais que não entende os protocolos de compartimento das informações, já que veio de outra instituição, a Polícia Federal”, disse.

Ramagem pode ter em seu poder a identidade de fontes humanas da Abin que estão em outros países, informações de serviços de inteligência de outros países que colaboram com o Brasil, além de documentos classificados, de acesso restrito.

Um militar da área de inteligência lembra que ao deixar a Abin, levou consigo um notebook da agência. ”Quem garante que não levou também informações ou cópias de documentos sensíveis?”, afirma essa fonte. Com informações do portal G1.

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