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Deputado federal do PSOL que agrediu visitante na Câmara anuncia greve de fome, em protesto contra processo de cassação de seu mandato

Deputado federal passou oito dias sem comer, ingerindo apenas água e isotônicos. (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)

O Conselho de Ética da Câmara aprovou nessa quarta (9), por 13 votos a 5, relatório que recomenda a cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) por agressão ao militante do MBL (Movimento Brasil Livre) Gabriel Costenaro em abril do ano passado.

Glauber anunciou greve de fome até a deliberação final do caso. Ele e colegas do PSOL acusam o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) de ter articulado pela perda do seu mandato junto aos deputados e ao relator Paulo Magalhães (PSD-BA).

Para efetivar a cassação do mandato de Glauber, o processo precisa ser aprovado no plenário da Casa pela maioria absoluta dos deputados, 257.

“Estou o dia inteiro em jejum e a partir de agora não vou, até o fechamento desse processo, me alimentar. Vou permanecer aqui, aguardando, com uma decisão irrevogável de que não vou ser derrotado pelo orçamento secreto. Quem imaginou que utilizaria esse episódio, que eu seria um cadáver político ou zumbi, não sabe da minha convicção”, disse Glauber.

“Quem quiser chamar de greve de fome, chame como queira, mas vou dar manutenção a uma ação de não rendição ao orçamento secreto e a Arthur Lira e companhia”, completou o deputado, crítico contumaz do ex-presidente da Câmara.

Agora, sua defesa vai recorrer à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e pode até mesmo judicializar o caso. O parlamentar negou ainda a possibilidade de renunciar ao mandato — com isso, ele evitaria a sua inelegibilidade.

“Pelo contrário, a minha decisão, ao invés de ser uma abstenção à luta política, é o contrário disso. É utilizar a luta política mais radical e mais profunda para denunciar o que está acontecendo e para denunciar isso que é essa farra do orçamento secreto”, disse.

Ele continuará nas dependências da Casa, sem se alimentar, até o fim do processo. A deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) disse que o acompanharia, mas parlamentares tentavam dissuadi-la.

Em nota, Lira destacou a agressão de Glauber e disse que “é dessa gravíssima acusação que deve se defender o parlamentar, que foi representado não por mim ou pelo meu partido, mas, sim, pelo partido Novo”.

“De minha parte, refuto veementemente mais essa acusação ilegítima por parte do deputado Glauber Braga e ressalto que qualquer insinuação da prática de irregularidades, descasada de qualquer elemento concreto de prova que a sustente, dará ensejo à adoção das medidas judiciais cabíveis”, afirmou ainda. (Com informações da Folha de S.Paulo)

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