Em meio às denúncias de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teria contas secretas na Suíça, integrantes da CPI da Petrobras bateram boca, na tarde desta quarta-feira (14), diante das cobranças do deputado Ivan Valente (PSOL-SP) para que o peemedebista volte a depor na comissão. Colega de partido de Cunha, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) saiu em defesa do presidente da Câmara ao afirmar que ele “não é protagonista” no esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
Documentos já enviados ao Brasil pelo Ministério Público da Suíça informam que Cunha tem 2,4 milhões de francos suíços (cerca de 2,4 milhões de dólares ou 9,3 milhões de reais) no banco Julius Baer – e de que ele foi comunicado pelo autoridades suíças sobre o bloqueio de suas contas. Em depoimento à CPI, em março, o presidente da Câmara negou ter contas no exterior.
A discussão ocorreu momentos antes do início do depoimento do presidente da estatal, Aldemir Bendine, ao colegiado. Antes de Bendine iniciar sua fala, Ivan Valente disse que a CPI quer “fechar as portas” a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e defendeu que ele seja novamente ouvido pela comissão em função das denúncias recentes. Valente ainda veiculou no plenário da CPI uma gravação de Cunha na qual o peemedebista disse à CPI que prestará novos depoimentos “quantas vezes for necessário […] sem qualquer tipo de impedimento.”
Em meio à discussão, o deputado Carlos Marun (PMDB) pediu a palavra para defender Cunha. Para ele, o presidente da Câmara é “transformado no alvo principal das investigações e das acusações” enquanto “ele não é protagonista” no esquema de corrupção por não ter presidido a Petrobras ou o conselho de administração da estatal.
O clima no plenário esquentou quando o deputado João Gualberto (PSDB-BA) acusou Ivan Valente de ser do PSOL, “um partido auxiliar do PT” e que “pega no pé do Cunha”, o que levou Valente a mandá-lo “calar a boca”. Na sequência, o presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), interveio e pediu a Ivan Valente que ouvisse os demais parlamentares e não os interrompesse. (AG)
