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Desempenho do comércio gaúcho em 2025 anima varejistas

O desempenho de alguns segmentos apresentou forte variação no comparativo com 2024. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O varejo gaúcho fechará este ano em um cenário de alta – semelhante a 2024, considerado um dos melhores desde a pandemia. De acordo com dados da Federação Varejista do Rio Grande do Sul, o comércio apresentou crescimento de 7,20% entre janeiro e setembro deste ano, uma leve retração quando comparado com o ano anterior (7,50%).

Já o varejo ampliado, que inclui também a venda de veículos e material de construção, inverteu a lógica de 2024 (7,90%) e fechou abaixo do comércio varejista, mas ainda com bom desempenho (5,40%).

Os dados do levantamento são baseados nos índices econômicos de fontes públicas governamentais, como IBGE, Boletim Focus (Bacen) e FMI, e de propriedade da Federação/SPC.

Ao longo de 2025, o comércio varejista e o varejo ampliado (VA) mantiveram sua trajetória habitual de sazonalidade. No caso do VA, houve pico de crescimento acima de 12% em janeiro e queda de -5,7% em junho, por exemplo.

O desempenho de alguns segmentos apresentou forte variação no comparativo com 2024. No nicho equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, que foi campeão de vendas no ano passado com alta de 19%, muito em função do desastre ambiental de maio, neste ano ficou em último lugar entre as 11 categorias analisadas, com -15,7%.

Embora setores de veículos, motocicletas, partes e peças (-3,9%); livros, jornais, revistas e papelaria (-4,7%); e móveis e eletrodomésticos (-7,6%) também tiveram desempenho negativo, outros sete grupos tiveram performance positiva. AS melhores foram para produtos alimentícios, bebidas e fumo (7,9%); tecidos, vestuário e calçados (5,4%); e outros artigos de uso pessoal e doméstico (4,6%).

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebida e fumo (4,1%); além de combustíveis e lubrificantes (3,9%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (3,6%); e material de construção (1,1%) registraram crescimento.

Para o quarto trimestre, as projeções apontam para estabilidade dos resultados observados no ano. Os dados da Federação também indicam que, após um 2024 de retração no número de inadimplentes, esse indicador voltou a crescer depois do primeiro trimestre de 2025, alcançando 10,7% em outubro – segunda maior marca do ano, perdendo apenas para junho (11,76%).

Ao mesmo tempo, esse crescimento acompanhou a alta da base da base de dívidas, que chegou ao índice de 19,73% em outubro. Isso significa que, ao passo que mais pessoas passaram a dever, o número de dívidas cresceu.

Conforme os dados, o maior número de devedores é daqueles com atrasos até R$ 500, perfazendo 30,63% do total. Também chama a atenção a quantidade de inadimplentes em outras faixas de valores, com margens acima dos 18% nos enquadramentos acima de R$ 1 mil a R$ 2,5 mil; acima de R$ 2,5 mil a R$ 7,5 mil; e acima de R$ 7,5 mil.

A maioria das dívidas foram contraídas com os bancos, respondendo por 30,6% do total. No comércio, esse índice é de 18,6%, ficando em terceiro lugar – o segundo, com 19,7%, é de outras categorias, excetuando as citadas e água e luz (18,3%) e comunicação (12,9%). A taxa de reincidência continua alta, em 85,47%.

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