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Dia das mães: quatro histórias para inspirar suas viagens

Tudo é válido para quem tem vontade de explorar o mundo com os filhos. (Foto: Reprodução)

Claudine, Flora, Gabriela e Niceia. Quatro mães com histórias de vida e trajetórias muito diferentes, mas com um sentimento em comum: a vontade de viajar. Elas deixam claro que não existe uma regra na hora de fazer as malas e partir para o próximo destino: viajar com os filhos, sem os filhos, esperar eles crescerem… Tudo é válido para quem tem vontade de explorar o mundo.

Conheça a história (e as dicas) dessas quatro mães viajantes e se inspire para cair na estrada à sua maneira.

Claudine Blanco, 44 anos

Empresária, mãe do Pedro, de 17 anos, e da Marina, de 13, ela é dona de uma agência de viagens e estava acostumada a viajar sem as crianças nos seus roteiros a trabalho. Por isso, nessa época as escapadas com os filhos quase sempre se limitavam a destinos tradicionais ou resorts.

“Mas eu viajava para vários lugares exóticos, na Ásia, África, e sempre pensava que queria que as crianças estivessem ali”, conta. Assim, quando se separou, em 2011, ela quis levá-los para uma viagem diferente do que haviam feito até então. O destino escolhido para começar foi a Chapada Diamantina, na Bahia, com roteiro montado por Claudine. Ela recheou a programação de atividades para entreter as crianças e integrar a família, como explorar cavernas e fazer piqueniques – e deu certo.

Na volta, Claudine percebeu que gostaria de planejar viagens nesse formato para outras famílias. “Se eu que sou agente de viagens e conheço os destinos tive dificuldade para montar o roteiro, imagine para quem não é”, diz. Foi assim que, em 2014, ela criou a Viajar com Crianças, agência especializada em passeios para pais e filhos e foco em roteiros para locais considerados “alternativos” para famílias, como as Ilhas Galápagos, no Equador, e a Patagônia, que fica entre o Chile e a Argentina.

Dicas de Claudine para montar um roteiro com crianças: Selecione o destino de acordo com a faixa etária da criança; Escolha as atividades que vocês vão fazer com antecedência. O melhor é não dar espaço para imprevistos

Flora Contin, 66 anos

O bichinho da vontade de viajar, como ela mesmo diz, demorou para morder Flora. Mãe de Luanda, de 42 anos, e de Pablo, de 40, a aposentada não tinha costume de viajar quando era mais nova. “Não pensava nisso, queria construir uma casa, ter um carro simples, formar os filhos.”

Tudo mudou quando ela leu uma reportagem sobre Machu Picchu, no Peru, e ficou encantada com o destino. Começou a fazer pesquisas na internet e a vontade de conhecer a cidadela foi crescendo. Então, os filhos começaram a incentivá-la a ir. Eles ajudaram a fazer todas as reservas pela internet e, como não podiam acompanhá-la, ela embarcou sozinha para o Peru em agosto de 2017.

Até então, ela nunca tinha viajado sem companhia. “Chorei muito no primeiro dia, quando o moço que ia me buscar no aeroporto não apareceu”, relembra. Mas não passou aperto: dividiu táxi com um brasileiro que conheceu no aeroporto. Pediu para outras pessoas tirarem fotos suas ao longo da viagem para registrar os momentos. E pegou gosto pela experiência.

Agora, no Brasil, Flora faz trilhas na região da serra de Botucatu, interior de São Paulo, onde mora, foi a Aparecida em excursões e, ano passado, viajou para visitar o filho que vive em Londres – com direito a uma esticadinha em Roma. Agora, tem outro sonho: Santiago de Compostela.

Dicas da Flora para viajar sozinha: Se informe bem a respeito do seu destino antes de ir. Não falta material na internet; Está insegura para fazer uma viagem internacional? Vá em grupo, excursão, mas vá; A viagem não precisa ser cara.

Gabriela Temer, 43 anos

Ela é jornalista, mãe da Júlia, de 15 anos. “Na primeira viagem que a gente fez com a Júlia eu estava grávida dela de 3 meses”, conta Gabriela. “Atravessamos o Peru e a Bolívia de ônibus. Foi perrengue, mas foi maravilhoso.”

Quando a menina nasceu, em 2004, Gabriela trabalhava em uma redação, com jornadas extensivas de trabalho. Naquela época, as viagens eram só nas férias ou feriados.

Cinco anos depois, com a morte de seu pai, Gabriela ficou com a sensação de não ter conseguido cuidar dele direito. “Percebi que estava sem tempo para as coisas fundamentais para mim, estar mais com as pessoas e com mais qualidade de vida.” Ela pediu demissão no mesmo ano e, com parte do fundo de garantia que recebeu, ela e o marido, Rico, decidiram investir em um blog de viagens contando as aventuras em família, o Juju na Trip.

Junto com a família, Gabriela já conheceu mais de 40 países – ela sempre dá preferência para roteiros em que eles podem ir todos juntos.

Dicas da Gabriela para viajar com crianças: Atenção à alimentação da criança; O timing de uma viagem em família é muito diferente de uma que você vai sozinha ou em casal. Quem manda nesse relógio é a criança: respeite o tempo dela; Não existe viagem de adulto ou viagem de criança. Qualquer viagem é interessante para uma criança desde que você saiba dosar.

Niceia Lira, 31 anos

Ela é assistente administrativo financeiro, mãe do Isaac, de 9 anos. Viajar e acampar são duas constantes na vida de Niceia desde que ela tinha 18 anos.

Segundo ela, são esses valores que ela tenta passar para seu companheiro de viagens desde 2009: o filho Isaac. A primeira viagem dos dois foi para Prainha Branca, no Guarujá, quando o menino tinha apenas dois meses. Com oito meses, eles já estavam acampando. E não pararam mais.

Nos fins de semana, Niceia também trabalha como fotógrafa e cozinha para fora, o que faz com que as viagens se concentrem nos feriados prolongados. E existe um combinado entre mãe e filho: uma viagem juntos, outra dela sozinha.

Dicas da Niceia para mães mochileiras: Vá sem receios, criança não liga para luxo. Criança gosta de ser criança; Explique para os filhos que mães também precisam de um tempo para respirar. E façam essa parceria com eles; Ensine-os a respeitar as pessoas e a natureza. Deixe-os explorar a natureza sem medo, mas fique atenta a tudo; Sempre leve um kit de primeiros socorros, com remédios para febre, dor e antialérgico. Para acampar, repelente é essencial.

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