A presidenta Dilma Rousseff afirmou na sexta-feira que “há coisas que não acha corretas” na Operação Lava-Jato, como os vazamentos de trechos das delações premiadas, e que há “pontos fora da curva” na investigação “que têm de ser colocados dentro da curva”.
Segundo a presidenta, é “impossível” alguém ser questionado (durante os interrogatórios) com base no “diz que me diz”.
“Isso que não dá certo. Isso é o mínimo que a gente espera, que quando falarem uma coisa que forem perguntar para uma pessoa, que provem. Porque depois não é verdade e está lascado, né?”, disse Dilma.
A declaração é uma crítica indireta à forma como alguns depoimentos vêm sendo usados na operação por meio da delação premiada.
Apesar dos tais “pontos fora da curva”, a petista defendeu com veemência a operação deflagrada a partir do esquema de corrupção na Petrobras. “Tenho de preservar o fato de que o Brasil precisa dessa investigação.”
Nos últimos dias, advogados divulgaram uma carta de repúdio à forma como a operação está sendo conduzida. O manifesto acusa os líderes da operação de desrespeitar garantias fundamentais.
O PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sustentam haver um direcionamento de perguntas dos procuradores com o intuito de envolvê-lo nas investigações do esquema de corrupção.
Já Dilma evitou ataques na mesma linha, mas ressaltou que, “assim como qualquer coisa na vida, [a Lava-Jato] também não está acima de qualquer suspeita”. (Folhapress)
Dilma critica delações sem provas da Operação Lava-Jato

A presidenta teria se comprometido a não se envolver na disputa por sua sucessão, em 2018 (Foto: Alan Marques/Folhapress)