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Dilma vai atuar pessoalmente para aprovar nova CPMF até julho

A presidenta tem feito reuniões específicas sobre o tema e recebeu relatos, inclusive do vice-presidente Michel Temer, sobre a melhora do cenário para recriar o imposto (Foto: ABr)

A presidenta Dilma Rousseff avisou sua equipe econômica que vai atuar pessoalmente para tentar aprovar a nova CPMF (Contribuição Provisória para Movimentação Financeira) até julho no Congresso e que, até lá, propostas como o aumento da Cide (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) não têm seu aval como alternativa para salvar as contas públicas.

A mandatária tem feito reuniões específicas sobre o tema e recebeu relatos, inclusive do vice-presidente Michel Temer, sobre a melhora do cenário para recriar o imposto. Temer afirmou a Dilma que tem sido procurado por empresários e banqueiros, como o presidente do Itaú, Roberto Setubal, e do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, que defendem a volta do tributo como uma “saída viável” à crise econômica do País.

O vice disse a Dilma que, mesmo sendo contra o imposto, caso haja consenso de que não há outra saída para o buraco fiscal, não será ele quem vai impedir as articulações pela volta da CPMF. No início de setembro, Temer ensaiou defender o aumento da Cide como uma das saídas para a crise econômica, mas recuou após sofrer pressão de diversos setores de seu partido, o PMDB. A proposta de Temer, feita a partir de sugestão do ex-ministro Delfim Netto, poderia gerar uma receita adicional de 14 bilhões de reais, sendo  11 bilhões de reais para a União e 3 bilhões de reais para Estados e municípios.

Até o fim do ano, Dilma promete intensificar reuniões com deputados, senadores, prefeitos e governadores e, entre seus argumentos, estará o fato de o mercado ter acenado sobre o retorno do imposto como “a única saída”.

Responsável pela articulação política do Planalto, o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) também afirmou à chefe ter recebido relatos de setores produtivos que já veem o tributo com menos resistência. Mas, desde setembro, quando o governo propôs a recriação da CPMF como uma das medidas para cobrir o rombo fiscal, a maior parte dos parlamentares rechaça a ideia de aprová-la, para não ficar com o ônus da criação de um novo tributo no País. Por isso, apesar do otimismo de Dilma de levar adiante a ideia, Temer alertou a presidenta que não há consenso político neste momento para aprovar a CPMF no Congresso. (Folhapress) 

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