O Estado da Geórgia (e principalmente sua capital Atlanta) se tornou um destino muito apreciado por cineastas dos Estados Unidos por seus suculentos incentivos fiscais. Mas ele pode ser riscado do mapa dos estúdios da Disney e da Marvel se seu governador assinar uma lei contra os homossexuais. “Disney e Marvel são empresas que andam de mãos dadas, e embora tenhamos desfrutado de experiências geniais filmando na Geórgia, planejamos transferir nossas equipes a outro lugar se qualquer legislação que permita práticas discriminatórias se transformar em lei estadual”, disse um porta-voz da Disney, na quarta-feira (23).
Se for aprovado, o projeto de lei, conhecido como “HB 757”, protegeria líderes religiosos e proprietários de estabelecimentos que se negassem a oferecer serviços a homossexuais se considerassem que isso iria contra suas crenças. Vários legisladores assinalaram que a aprovação da lei permitiria a discriminação contra homossexuais.
O governador da Geórgia, o republicano Nathan Deal, expressou em várias ocasiões sua preocupação perante a aprovação da lei. No entanto, até o momento, não disse se vetará ou promulgará a medida. Conforme se aproxima a data limite de 3 de maio, até quando Deal pode se pronunciar, aumenta o número de empresas que se opõem à proposta e pedem ao governador que a vete. Entre elas estão Google, PayPal, Synovus, Intel e Hilton Worldwide. Recentemente, a Liga Nacional de Futebol Americano sugeriu que a promulgação da lei colocaria em risco a escolha da capital Atlanta como sede do Super Bowl em 2017.
A Geórgia se transformou, nos últimos anos, em uma pequena meca do cinema graças aos incentivos fiscais. De acordo com estimativas da indústria, o Estado ocuparia o terceiro lugar em relação a quantidade de produções de cinema e televisão, atrás apenas de Califórnia e Nova York. A Disney e a Marvel acabaram de filmar “Capitão América: Guerra Civil” na Geórgia e, além disso, já iniciaram a produção de “Guardiões da Galáxia 2” em Atlanta.