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Disputa no governo trava definição sobre corte no Orçamento de 2016

A equipe de Joaquim Levy prefere colocar "o maior peso do ajuste no próximo ano no corte de despesas, principalmente as obrigatórias" (Foto: Evaristo Sa/AFP)

Na reta final do fechamento do Orçamento de 2016, o Ministério da Fazenda volta a travar uma disputa com a área política do governo sobre o tamanho do corte de despesas para garantir o reequilíbrio das contas públicas. Segundo um assessor, a equipe do ministro Joaquim Levy prefere colocar “o maior peso do ajuste no próximo ano no corte de despesas, principalmente as obrigatórias”, enquanto a área política do governo, formada pelos ministérios com maior poder de investimento, deseja que o aumento de impostos dê a maior contribuição.

A equipe do ministro Nelson Barbosa (Planejamento), que se reuniu nesta terça-feira (25) com Dilma para tratar do assunto, diz que o corte de gastos será “significativo” e que o ajuste será “forte”. O secretário-executivo do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que o País precisa estar preparado para um “esforço adicional” no próximo ano. “As projeções para o ano que vem seguem mais ou menos neste diapasão de um desempenho fraco das receitas. O Orçamento terá de se adaptar a isso”, afirmou, em uma sinalização de que o corte será forte apesar das pressões por um bloqueio menor.

Para fechar a proposta, que será encaminhada ao Congresso até a semana que vem, a presidenta Dilma autorizou sua equipe a reduzir as despesas obrigatórias, como gastos com funcionalismo e benefícios da Previdência. O governo vai também propor aumento de impostos e venda de imóveis para aumentar a arrecadação e, com isso, tentar cumprir a meta de superavit primário de 2016, que foi fixada em 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto).

Fazenda e Planejamento já haviam travado uma disputa na definição dos cortes do Orçamento deste ano. Levy chegou a defender uma redução entre 70 bilhões de reais  e 80 bilhões de reais, mas ela acabou ficando em 69 bilhões de reais. (Folhapress) 

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