O governo sírio afirmou nesta sexta-feira (7) que o ataque dos Estados Unidos à base militar de Al-Shayrat foi “irresponsável” e “imprudente”, segundo a Associated Press. O presidente americano, Donald Trump, afirmou que o ataque químico que deixou mais de 80 mortos nesta semana partiu dessa base aérea. Em apoio ao presidente da Síria, Bashar al-Assad, a Rússia anunciou que irá reforçar as defesas antiaéreas do exército sírio.
Na noite de quinta-feira (6), os EUA lançaram 59 mísseis Tomahawk contra a base aérea, o que mostra uma mudança significativa na ação americana na região. Até então, os Estados Unidos vinham atacando apenas o Estado Islâmico e agora atingiram deliberadamente uma área de Assad.
Os Estados Unidos afirmaram que o canal de comunicação com a Rússia que pode evitar desastres aéreos no território sírio foi mantido intacto. Mais cedo, o ministério do Exterior russo tinha afirmado que a comunicação estava suspensa, ainda de acordo com a Rússia.
Porém, a Rússia irá reforçar a defesa antiaérea síria. “Com o objetivo de proteger as infraestruturas sírias mais sensíveis, vamos adotar uma série de medidas o mais rápido possível para reforçar e melhorar a eficácia do sistema de defesa antiaérea das Forças Armadas sírias”, declarou o porta-voz do exército russo, Igor Konachenkov.
Vladimir Putin fez uma reunião com o conselho de segurança do país para discutir a ação na Rússia, onde faz bombardeios desde setembro de 2015. “Manifesto profunda preocupação com as consequências negativas inevitáveis decorrentes da ação agressiva da Luta contra Terrorismo Global”, declarou em um comunicado, segundo a Reuters.
Em comunicado divulgado pelo Kremlin, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a ação americana é uma “agressão contra um Estado soberano”, baseada em “pretextos inventados”. A Rússia tem negado que o governo sírio foi o responsável pelo ataque químico. Os russos dizem que as forças sírias bombardearam um depósito de armas dos rebeldes.
Putin “vê nos ataques uma tentativa por parte dos EUA de desviar a atenção da comunidade internacional das muitas vítimas entre a população civil no Iraque”, onde tropas americanas lideram uma operação militar contra o Estado Islâmico”.
ONU pede moderação
O Conselho de Segurança da ONU irá se encontrar nesta sexta-feira para discutir a situação na Síria. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu moderação e ressaltou a necessidade de buscar uma solução política à guerra que atinge a Síria. “Peço moderação para evitar qualquer ato que aumente o sofrimento do povo sírio. Não existe outro caminho para colocar fim ao conflito (sírio) que não seja uma solução política”, declarou Guterres, em um comunicado.