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Dívidas com empregadores impedem 1 milhão e meio de trabalhadores brasileiros de deixarem os seus empregos, aponta pesquisa do IBGE

O tipo mais comum de débito é relacionado à alimentação, seguido por transporte, instrumentos de trabalho e aluguel (Foto: Tiago Queiroz/AE)

Cerca de 1,5 milhão de trabalhadores brasileiros afirmam não poder deixar os seus empregos em razão de débitos financeiros com seus empregadores, de acordo com uma pesquisa inédita do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada nesta quarta-feira (26).

O grupo representa 2,9% dos empregados do setor privado e trabalhadores domésticos. O percentual sobe para 4,3% entre aqueles contratados de forma intermediária – grupo que inclui terceirizados, cooperativas e agenciados, entre outros.

O tipo mais comum de débito é relacionado à alimentação, seguido por transporte, instrumentos de trabalho e aluguel. De acordo com Cimar Azeredo, coordenador da área de trabalho e rendimento do IBGE, a situação é ilegal e pode ser vista como servidão por dívida, uma das facetas do trabalho análogo à escravidão. É a primeira vez que o instituto faz esse tipo de levantamento, embasado em entrevistas feitas em 2015.

Além do impedimento da saída do trabalho em razão de um débito, a pesquisa também estudou o nível de satisfação do brasileiro e as relações com sindicatos. O objetivo do estudo é ampliar o conhecimento sobre as relações de trabalho e aprimorar indicadores sobre trabalho decente, definido pela Organização Internacional do Trabalho como atividades que gerem renda suficiente para que indivíduos e suas famílias superem a situação de pobreza, e que não sejam insalubres, perigosas, inseguras e degradantes. Direito de sindicalização e negociação coletiva também fazem parte desse entendimento. (Folhapress)

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