A montadora alemã Volkswagen está sendo investigada nos Estados Unidos e em outras partes do mundo devido a uma manipulação feita em cerca de 11 milhões de carros a diesel para adulterar os testes de emissões de poluentes. Além de a marca assumir a fraude, o escândalo resultou na renúncia de Martin Winterkorn, presidente da companhia. Abaixo, perguntas e respostas sobre o caso:
1) Do que a Volkswagen está sendo acusada?
O governo dos Estados Unidos acusou a marca de adulterar resultados em testes de poluentes em seus motores a diesel, em 500 mil veículos vendidos no país, em setembro de 2015. A fraude foi descoberta após um estudo feito nos EUA notar discrepâncias entre os poluentes emitidos em testes de laboratórios e nas ruas.
2) Como acontecia a manipulação dos dados?
Segundo a agência ambiental norte-americana, a montadora utilizava um software que controlava a emissão de poluentes apenas no momento em que os carros eram submetidos a vistorias. Ainda não existem informações detalhadas, mas o dispositivo analisa a posição da direção, velocidade do carro, temperatura do motor, entre outros. Ao perceber que trata-se de um teste em laboratório, o veículo passa a emitir menos gases, o que não ocorre em rodagem normal de rua.
3) Quais carros são atingidos? Algum no Brasil?
De acordo com a Volkswagen, o software foi usado em 11 milhões de carros em todo o mundo, equipados com motor diesel EA 189, que é 2.0 litros. Ainda não há informações sobre quais outros países foram atingidos pela fraude, mas 500 mil desses automóveis foram vendidos nos Estados Unidos. Entre eles estão Jetta, Beetle (Fusca, no Brasil), Golf, Passat e o Audi A3 – da marca que pertence ao grupo Volkswagen. Questionada pelo portal de notícias G1, a Volkswagen do Brasil informou que não recebeu informações da matriz sobre se existem carros com a adulteração no País. O único modelo da empresa a utilizar este motor no Brasil é a picape Amarok.
4) O que diz a Volkswagen?
Em um primeiro momento, a montadora alemã pediu desculpas e assumiu que 11 milhões de veículos possuem o software e disse que reservou 6,5 bilhões de euros para solucionar o problema e enfrentar as consequências do escândalo. O então presidente, Martin Winterkorn, renunciou ao cargo.
5) A empresa será punida?
Além de Estados Unidos e Alemanha, outros países começam a investigar quais serão as punições para a empresa. Nos EUA, onde o processo está mais adiantado, as acusações podem implicar em multa de até 18 bilhões de dólares para a companhia.
(AG)