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Documentos sobre a morte de Kennedy não devem acabar com as teorias da conspiração

O presidente dos EUA John F. Kennedy em 22 de novembro de 1963, pouco antes de ser assassinado. (Foto: Reprodução)

Uma coleção valiosa de documentos secretos sobre o assassinato do presidente americano John F. Kennedy será divulgada nesta quinta-feira (26), mas os estudiosos dizem que provavelmente não vão conter revelações bombásticas, nem eliminarão teorias da conspiração.

A Comissão Warren, que investigou o assassinato do presidente, então com 46 anos, em 22 de novembro de 1963, determinou que ele foi executado por um ex-atirador de elite da Marinha, Lee Harvey Oswald, que agiu sozinho. Essa conclusão formal não foi suficiente, no entanto, para reprimir as especulações de que há uma trama mais sinistra por trás do assassinato do 35º presidente dos Estados Unidos em Dallas, Texas.

Centenas de livros e filmes, como o longa-metragem “JFK – A Pergunta que Não Quer Calar” (1991), de Oliver Stone, alimentaram a indústria da conspiração, apontando como culpados os rivais dos Estados Unidos na Guerra Fria, União Soviética e Cuba, a máfia e até mesmo o vice-presidente Lyndon B. Johnson.

O presidente Donald Trump anunciou no fim de semana ter autorizado a divulgação dos 3.100 arquivos restantes sobre o caso – dezenas de milhares, possivelmente até mesmo centenas de milhares de documentos. A iniciativa está em conformidade com uma lei do Congresso de 26 de outubro de 1992, que exigiu que os registros sobre o assassinato mantidos no Arquivo Nacional fossem divulgados na íntegra 25 anos depois.

“O presidente acredita que esses documentos devem ser disponibilizados em benefício da transparência total, a menos que as agências forneçam uma justificação convincente e clara de segurança nacional ou de aplicação da lei de outra forma”, disse um funcionário da Casa Branca.

Especialistas sobre o assassinato de Kennedy aguardam ansiosamente a oportunidade de analisar os arquivos, mas tentam reduzir as expectativas.

“Muitas pessoas pensam que eles serão abertos e conterão uma solução para o caso sobre a qual todos possam concordar”, disse Gerald Posner, autor do livro “Case Closed”, que concluiu que Oswald realmente agiu sozinho. “Isso não vai acontecer”, afirmou Posner à AFP. “Ninguém vai abandonar sua crença em uma conspiração só porque a liberação dos arquivos não prova isso”, acrescentou. “Eles dirão que [a prova] deve ter sido destruída ou escondida”.

 

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