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Doença misteriosa deixa pacientes com urina escura na Bahia e no Ceará

Pesquisadores analisam amostras e evidências anteriores para tentar descobrir a causa do surto. (Crédito: Reprodução)

Pesquisadores brasileiros e americanos estão investigando uma doença que teve casos registrados na Bahia e no Ceará. Mais de 50 pessoas apresentaram os sintomas. Os laboratórios que tentam desvendar o mistério, quatro no Brasil e um nos Estados Unidos, ainda não sabem quando vão concluir as análises das amostras de sangue.

Duas pessoas já morreram com suspeita de terem contraído a doença desconhecida. Outras 53, incluindo três do Ceará, apareceram com sintomas parecidos: dores musculares que começam no pescoço e se estendem pelo resto do corpo e urina escura. “A sensação que eu tinha era de uma contração muito forte no músculo, como se fosse câimbra. Era uma dor muito forte que eu nunca tinha tido antes”, conta a estudante Geovana Colavope.

A Secretaria estadual de Saúde distribuiu alertas nos hospitais para que os médicos informem às autoridades os pacientes que chegarem com os sintomas. A suspeita de que a doença estaria sendo provocada por toxina de peixes do litoral norte baiano está praticamente descartada. Pesquisadores da Bahia agora trabalham com outras hipóteses.

A principal delas é a de contaminação por um vírus encontrado nas águas sujas dos esgotos, nas fezes. Um vírus da mesma família da hepatite A. Ele é conhecido como parechovírus. Foi encontrado nas últimas análises feitas no laboratório do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia. O professor Gúbio Soares, coordenador do estudo, acredita que esteja no caminho para acabar com o mistério da doença.

“As pessoas podem ter se alimentado de vegetais, bebido água contaminada e se contaminaram. Esses vírus causam dores musculares forte. Já causaram surtos na França em 2008 e 2010, no Japão em 2008, 2010 e 2014. Estamos encontrando a presença desse vírus no material fecal das pessoas que estiveram doentes, mas estão curadas”, explicou o virologista.

Mas esse vírus não leva ninguém à morte. Geralmente o paciente tem de ficar internado, mas não há risco de vida. (AG)

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