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Doença renal crônica poderá ser a 5ª maior causa de morte do mundo

Neste dia 9 de março é celebrado o Dia Mundial do Rim. (Foto: Reprodução)

Estimativas apontam que, até 2040, a doença renal crônica (DRC) será a quinta maior causa de morte no mundo e que atinge cerca de 5 milhões de brasileiros. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a DRC já pode ser considerada epidêmica, visto que um a cada dez adultos pode ter algum grau de disfunção renal.

Alguns estudos reportam prevalência próxima de 15% em populações de países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. Dados mostram uma progressão anual no número de pacientes em tratamento dialítico – em 2020, foram mais de 144 mil no Brasil, cerca de 50 mil a mais do que em 2010, e confirma que mais de 80% dos tratamentos são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Ainda que as projeções para os próximos anos sejam alarmantes, há vasto desconhecimento sobre a doença e seus impactos na saúde pública. Por isso, esse ano, a campanha foca justamente na educação sobre a doença renal em todos os setores de saúde: comunidades, profissionais de saúde e formuladores em saúde pública.

Entendendo 

Quando uma lesão nos rins se mantém por três ou mais meses, alterando o funcionamento do órgão, trata-se de uma doença renal crônica. Essa condição é capaz de proporcionar impactos negativos em funções vitais do organismo, como a regulação da pressão arterial; a filtragem do sangue; a eliminação de toxinas do corpo; o controle de sal e água e a produção de hormônios que evitam complicações diversas.

O nefrologista Pedro Tulio Rocha explica que, por se tratar de uma condição muitas vezes assintomática e de progressão silenciosa, o cenário atual não é dos melhores. “Por causa do isolamento social causado pela pandemia de covid, exames de rotina e visitas a médicos se tornaram mais negligenciados. Para uma doença como essa, o diagnóstico precoce é fundamental”, afirma.

Entre as principais causas, podem ser citados o diabetes, a pressão alta (hipertensão), as infecções do tecido renal e o uso excessivo de alguns medicamentos que podem reduzir a função dos rins a longo prazo.

“Nos estágios iniciais, a doença renal crônica é silenciosa. Em outras palavras, não apresenta sintomas ou eles são poucos e inespecíficos. Em muitos casos, o diagnóstico acontece tardiamente, acompanhado da progressão da doença. Se o funcionamento dos rins já estiver suficientemente comprometido, pode ser necessário recorrer à diálise ou mesmo ao transplante renal”, explica o médico.

Alguns dos principais exames para a detecção precoce da DRC são a dosagem de creatinina no sangue e o exame de urina simples. De baixo custo, possibilitam evitar os agravos da doença e, consequentemente, permitem melhor qualidade de vida ao paciente.

Entre os sinais de alerta da DRC, o nefrologista cita menor produção de urina; inchaço nas mãos, no rosto e nas pernas; falta de ar; dificuldade para dormir; perda de apetite; náusea e vômito; pressão alta e sensação de frio e cansaço.

“Quanto mais cedo se notarem os indícios, melhor será para o paciente, que receberá o diagnóstico preciso e deverá ser encaminhado a um nefrologista para ter o tratamento adequado. A ajuda certa no momento oportuno pode evitar o avanço da doença renal”, finaliza o médico.

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