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Dois abrigos emergenciais são abertos em Porto Alegre para acolher famílias atingidas pelas chuvas

Porto Alegre está em alerta meteorológico devido às fortes chuvas que caem na cidade desde terça-feira. (Foto: Alex Rocha/PMPA)

A grande enchente de 2024 está viva na cabeça de todos os gaúchos. A chuva que não cessa no RS nesta semana faz todos relembrarem a tragédia que vitimou 184 pessoas e deixou outras 25 desaparecidas. Nessa quarta-feira (18), a prefeitura de Porto Alegre concluiu a montagem de dois abrigos emergenciais para famílias que vivem em áreas atingidas pela chuva dos últimos dias.

Cada um deles tem capacidade para até 50 pessoas. Na Zona Norte, o abrigo da Arena KTO, na avenida Severo Dullius, 1995, em frente ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, até as 17h30, registrava sete pessoas acolhidas (dois adultos, quatro crianças e uma adolescente).

Já o abrigo do Ginásio Calábria, na Restinga, deve receber 24 pessoas ainda na noite desta quarta-feira, após triagem das equipes da Defesa Civil e da Secretaria Municipal de Assistência Social.

Porto Alegre está em alerta meteorológico, com possibilidade de acumulados de até 30 milímetros (mm) nesta quinta-feira (19). Desde a 0h de terça-feira (15), a capital registra 170 mm de precipitação total, conforme informações dos totens da Defesa Civil – acima da média mensal para junho, de 130 mm.

Estado

Na cidade de Canoas, na região metropolitana, o volume de chuva, de 69 mm, registrado em apenas 4 horas da última madrugada, foi superior à precipitação total de 61 mm que as autoridades municipais esperavam que atingisse a cidade ao longo do dia inteiro.

Até o momento não há registro de feridos, mas a prefeitura do município já contabilizava 89 pessoas desalojadas, ou seja, que tiveram que deixar suas residências e buscar abrigo temporário na casa de parentes e amigos ou em hospedagens, e 28 que, sem ter para onde ir, foram levadas para abrigos públicos.

A força da chuva causou alagamentos por toda a cidade, principalmente na região oeste, onde a água entrou em casas, obrigando moradores a suspenderem seus móveis. Ao menos 29 estabelecimentos de ensino foram destelhados, o que motivou a prefeitura a suspender as aulas nas escolas municipais de educação infantil e de ensino fundamental das regiões oeste e leste da cidade.

Ao menos duas pessoas morreram em decorrência da atual tempestade no Rio Grande do Sul. O rio Taquari ultrapassou a cota de inundação de 19 metros nesta quarta-feira (18), em Lajeado, atingindo 19,47 metros às 16h45. O rio está acima do nível médio na cidade, de aproximadamente 13 metros. Em maio de 2024, o rio chegou a superar os 30 metros, devastando as áreas baixas da cidade e alcançando até o terceiro andar de prédios.

Já em Muçum, o nível do Taquari subiu 60 centímetros em três horas após uma tendência de leve redução e alcançou 11,50 metros às 18h, mas ainda afastado da cota de inundação de 18 metros.

Em São Sebastião do Caí, o rio Caí registrou 10,60 metros às 17h, subindo 14 cm em uma hora e ficando 10 cm acima da cota de inundação.

De acordo com o prefeito João Marcos Guará (PSDB), o município trabalha com a possibilidade de uma elevação entre 1 a 2 metros no nível do rio até as 5h de quinta-feira (19), podendo chegar a um pico de 13 metros. “Quem tiver suas coisas para levantar e organizar, este é o momento”, disse Guará em vídeo.

O nível fica abaixo do recorde de 17,6 metros registrado em maio de 2024, quando 36% da população da cidade de 26 mil habitantes foi diretamente afetada pela água. Pelo menos 37 pessoas já foram retiradas de casa de forma preventiva nesta tarde e levadas para um abrigo no ginásio municipal, e o governador Eduardo Leite (PSD) foi até a cidade de helicóptero para acompanhar a situação.

Em outro ponto do rio, na cidade de Nova Petrópolis, um homem de 22 anos morreu submerso dentro do próprio carro quando a cabeceira de uma ponte desmoronou. A Defesa Civil gaúcha confirmou a morte de uma mulher em Candelária, e os bombeiros retomaram a busca por um homem desaparecido.

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