Hillary Clinton costuma dizer que não teme uma guerra de lama com Donald Trump em um confronto direto pela presidência dos Estados Unidos porque 40 anos na vida pública a tornaram imune a qualquer ataque. Enquanto o provável duelo se aproxima, analistas divergem sobre um aspecto central de sua biografia: qual a origem da histórica percepção negativa de Hillary?
Mesmo com trunfos consideráveis, como a experiência e o apoio do presidente Barack Obama, e diante de um rival com índices de rejeição ainda maiores, a imagem de mau caráter a persegue. Dois terços do público não consideram Hillary confiável, dizem as pesquisas; “desonesta” é a palavra preferida para descrevê-la. Hillary é a maior inimiga de Hillary, diz o analista David Bernstein, do site Politico. Após superá-la nas pesquisas pela primeira vez, Trump parece ter um claro caminho até a Casa Branca, pavimentado pela rejeição à rival e uma conjunção de fatores favoráveis.
O quadro se inverteu, lembra Bernstein: enquanto os caciques republicanos começam a se mobilizar em torno de Trump, Hillary não consegue unir os democratas.
Segundo levantamento do instituto YouGov, só 55% dos simpatizantes de Bernie Sanders, que disputa a candidatura democrata com Hillary, estão dispostos a votar nela. (Marcelo Ninio/Folhapress)