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Em quase um ano, o dólar não tinha um valor tão baixo no Brasil: R$ 5,42

Moeda norte-americana registrou uma queda de 0,75%, a R$ 5,4202. (Foto: Reprodução)

O dólar encerrou as negociações dessa quarta-feira (2) no seu menor valor desde agosto de 2024, ao registrar uma queda de 0,75%, cotado a R$ 5,4202. A fraqueza da moeda norte-americana reflete a reação dos investidores a um mercado de trabalho menos aquecido nos Estados Unidos.

Já o Ibovespa fechou com uma queda modesta após superar os 140 mil pontos na primeira etapa do pregão, em dia marcado por performance robusta de Vale e Petrobras, enquanto empresas sensíveis à economia brasileira ocuparam a coluna negativa na esteira da alta nas taxas dos DIs.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, O Ibovespa cedeu 0,36%, a 139.050,93 pontos, após marcar 140.048,83 pontos na máxima do dia, perto do topo histórico intradia de 140.381,93 pontos. Na mínima, recuou a 138.383,54 pontos. O volume financeiro somou R$ 24,02 bilhões.

Segundo o relatório de emprego ADP, divulgado nesta quarta, o setor privado americano perdeu 33 mil vagas no mês passado, marcando a primeira redução desde março de 2023. O resultado trouxe um alerta sobre a saúde americana e pressiona o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) a dar início ao ciclo de corte de juros.

“O dado de hoje levanta preocupações sobre a saúde do mercado de trabalho americano, elevando as expectativas e pressão sobre o Fed para uma flexibilização monetária”, explica William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue. Em paralelo, o presidente americano, Donald Trump, anunciou o acordo comercial dos Estados Unidos com o Vietnã, uma semana antes do prazo final de 9 de julho para que as tarifas voltassem aos níveis anunciados no dia 2 de abril.

De acordo com Trump, os produtos vietnamitas importados para os Estados Unidos serão taxados com uma alíquota de 20%, menor que a taxa de 46% imposta no início de abril. A alíquota, porém, subirá para 40% caso os produtos sejam produzidos em outros países. Em contrapartida, os itens exportados dos EUA para o Vietnã não serão penalizados por tarifas.

Nickolas Lobo, especialista em investimentos da Nomad, avalia que, embora os porcentuais representem uma redução considerável, a tarifa ainda pode gerar um efeito inflacionário para os consumidores americanos, especialmente nos setores de componentes elétricos e eletrônicos e produtos têxteis. “Se esses custos serão ou não repassados aos consumidores, ainda é incerto”, complementa.

Os riscos, no entanto, não intimidaram as bolsas de Nova York. Os índices acionários S&P 500 e Nasdaq encerram o pregão de quarta com ganhos de 0,47% e 0,94%, respectivamente. Para Lobo, a reação positivo pode estar mais associada à redução de incerteza sobre o cenário tarifário do que um otimismo pela magnitude da tarifa em si. “Além disso, Trump sinalizou que pode ignorar ou revisar o próximo prazo para o aumento de suas tarifas recíprocas, o que adiciona um elemento de imprevisibilidade ao cenário”, acrescentou.

O fraco desempenho da moeda americana não se limita a esta sessão. Em junho, o dólar encerrou com uma desvalorização de 4,99%, sendo negociado a R$ 5,43 no pregão de segunda-feira (30).

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