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Dólar cai para R$ 5,49, menor patamar desde outubro; Bolsa brasileira avança com derrubada do aumento do IOF

No Brasil, o mercado seguiu à espera de uma resposta do governo à derrubada do projeto sobre o IOF. (Foto: Freepik)

O dólar recuou 0,99% nessa quinta-feira (26) e fechou cotado em R$ 5,4985, menor patamar desde outubro. Na mínima, chegou a R$ 5,4912. Já o Ibovespa avançou 0,99%, aos 137.114 pontos. No Brasil, o mercado seguiu à espera de uma resposta do governo à derrubada do projeto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A trégua entre Irã e Israel chegou ao terceiro dia, após os países confirmarem o fim do conflito. Investidores esperam que a paralisação seja duradoura e começam a mover o dinheiro para ativos mais arriscados. O fim do prazo de suspensão do tarifaço de Donald Trump também se aproxima e retornam as preocupações com a guerra comercial. Washington só tem acordo firmado com o Reino Unido e a ampla taxação pode voltar.

O mercado também acompanhou mais desdobramentos da pressão sobre o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Nessa quarta-feira, o “The Wall Street Journal” reportou que Trump está ventilando a ideia de trocar o mandante do BC americano antes do fim do mandato de Powell.

Os investidores estão preocupados com a autonomia do BC americano. Powell tem sido duramente criticado por Trump, que continua a pedir por cortes, em especial depois que o BC manteve as taxas inalteradas pela 4ª vez consecutiva na semana passada. Por fim, investidores analisaram uma série de dados econômicos nos EUA. O principal deles foi a revisão para baixo do PIB americano, consequência direta do tarifaço de Trump.

Internacional

Com a situação no Oriente Médio mais estável, o foco agora se volta para a guerra comercial provocada por Donald Trump. A suspensão de 90 dias do tarifaço está prestes a expirar, e os investidores aguardam possíveis novos acordos por parte dos EUA.

O mercado avalia que o aumento das tarifas sobre importações pode encarecer os preços ao consumidor e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo. Isso pode resultar em uma desaceleração da economia dos EUA e até uma recessão global.

Diante desse cenário, as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, continuam no centro das atenções. Na terça-feira, ele reiterou que aguardará novos estudos sobre os possíveis impactos do tarifaço de Trump na inflação dos EUA antes de decidir sobre os rumos da taxa de juros.

“Os aumentos de tarifas neste ano provavelmente elevarão os preços e pesarão sobre a atividade econômica”, afirmou Powell durante depoimento perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA. Nesta quarta-feira, ele reiterou o discurso ao Senado norte-americano.

A postura de Powell tem gerado duras críticas do presidente Donald Trump. Na terça-feira, ele o chamou de “burro” e “teimoso” em publicações nas redes sociais.

Nessa quarta-feira, a tensão aumentou. Segundo o jornal “The Wall Street Journal”, Trump tem cogitado substituir o comando do Fed antes do fim do mandato de Powell. A possibilidade tem gerado preocupação entre investidores quanto à preservação da autonomia do BC americano.

O PIB do primeiro trimestre dos EUA caiu 0,5% em taxa anualizada, segundo o Departamento de Comércio. Houve revisão para baixo ante o recuo de 0,2% informados anteriormente. A expectativa era de que a terceira e última revisão não trouxesse alterações.

O desempenho negativo foi impulsionado pelo aumento expressivo nas importações, resultado da tentativa de empresas de antecipar compras e evitar os custos adicionais do tarifaço de Trump.

Brasil

O Congresso Nacional derrubou o decreto presidencial que alterava as regras e aumentava a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Desde o início, a proposta enfrentou forte resistência no Legislativo. O texto foi aprovado por 383 votos a 98 e, poucas horas depois, confirmado pelo Senado.

Segundo a equipe econômica, a derrubada dos decretos deve causar uma redução de R$ 10 bilhões na arrecadação neste ano. Integrantes do Palácio do Planalto avaliam que a derrota no Congresso foi resultado de uma articulação inédita entre Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

A avaliação no governo é que essa união fortalece o Legislativo tanto nas negociações com o Planalto quanto diante do Supremo Tribunal Federal. Motta e Alcolumbre, inclusive, planejam comparecer juntos a uma audiência para tratar da liberação de emendas parlamentares. O IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,26% em junho, abaixo dos 0,36% registrados em maio, segundo dados do IBGE. Em 12 meses, o índice acumula alta de 5,27%, também abaixo dos 5,40% anteriores.

A desaceleração foi puxada pela primeira queda no grupo de Alimentação e bebidas (-0,02%) após nove meses consecutivos de alta. Por outro lado, os grupos de Habitação (+1,08%) e Saúde e cuidados pessoais (+0,29%) contribuíram positivamente para o índice.

 

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