O dólar fechou em leve queda ante o real nesta sexta-feira (13), depois de oscilar entre perdas e ganhos na sessão, captando o dia de dólar fraco no mundo após dados nos Estados Unidos amenizarem receios sobre corte de liquidez. A moeda norte-americana recuou 0,21%, cotada a R$ 5,2452.
Na semana, o dólar acumulou avanço de 0,19%. No mês, tem alta de 0,68%. No ano, o avanço é de 1,12%.
Cenário
Segundo a agência Reuters, o dólar bateu as máximas do dia por volta de 11h30, com o mercado reagindo inicialmente com temor ao tombo da confiança do consumidor dos EUA em agosto, em dado divulgado às 11h.
Porém, na sequência, investidores passaram a ver o número como um fator a postergar qualquer redução de estímulos nos Estados Unidos, o que manteria, assim, a farta liquidez e o dinheiro barato que podem migrar para mercados emergentes como o Brasil.
A queda do dólar no Brasil, porém, foi visivelmente menos intensa do que a vista ante outras moedas emergentes, devido ao prêmio de risco político-fiscal embutido nos preços, ao fim de uma semana de renovadas tensões nessas frentes.
O mercado segue ansioso para saber o que será feito da PEC dos Precatórios, da proposta de reforma do Imposto de Renda, do novo Refis e do aumento desejado pelo governo no Bolsa Família — medida esta vista por muitos no mercado como eleitoreira e que ameaça a percepção sobre uma agenda fiscal austera.
“Reconhecemos que o real está barato, mas esperamos que a volatilidade permaneça alta por causa do barulho político”, disse em relatório Claudio Irigoyen, estrategista de câmbio e renda fixa para a América Lantina do Bank of America, que estima a taxa de câmbio com excesso de desvalorização da ordem de 15%.
O BofA projeta que o dólar fechará o terceiro e quarto trimestres de 2021 em R$ 5,00, declínio de 4,7% ante o fechamento desta sexta. Apesar dos recentes ruídos, investidores têm mantido seus prognósticos para a moeda, vislumbrando alívio nas tensões domésticas.
Ibovespa
O principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em alta nesta sexta, mas terminou a semana com perda, com a temporada de balanços sob os holofotes e as incerteza fiscais e ruídos políticos ainda pesando no mercado doméstico.
O Ibovespa subiu 0,41%, aos 121.194 pontos. Na semana, houve queda de 1,32%.
Na quinta (12), a Bolsa fechou em queda de 1,11%, aos 120.701 pontos, acumulando baixa de 1,72% na parcial da semana. O mês está negativo em 0,50%. No ano, ainda tem valorização de 1,83%.
Na agenda do dia, o Banco Central divulgou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que é considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), subiu 1,14% em junho na comparação mensal, bem acima da mediana captada pelo Valor Data, de 0,5%. Com o resultado registro aumento de 0,12% no segundo trimestre, em comparação aos três primeiros meses de 2021.
Na cena política, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira projeto que permite a duas ou mais legendas se unirem em uma federação partidária e atuarem de maneira uniforme em todo o País. O texto já tem aval do Senado e segue para a sanção do presidente Jair Bolsonaro. Se entrar em vigor, a federação de partidos permitirá a união de siglas com afinidade ideológica e programática – sem que seja necessário fundir os diretórios.