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Dólar sobe e fecha acima de R$ 5 pela primeira vez desde outubro

O dólar à vista terminou a sessão com baixa de 0,34%, a R$ 5,04 na venda. (Foto: Freepik)

O dólar subiu nessa segunda-feira (18) e fechou acima de R$ 5 pela primeira vez desde outubro, iniciando uma semana marcada pela divulgação de decisões de política monetária pelo mundo, com destaque para Brasil e Estados Unidos.

Nesta quarta (20), os bancos centrais dos dois países decidem quais serão suas novas taxas de juros. A expectativa é que, por aqui, a taxa Selic sofra uma nova redução, enquanto nos Estados Unidos os juros devem permanecer inalterados.

Ainda no Brasil, investidores também repercutem a divulgação do Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central, considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB). O indicador subiu 0,6% em janeiro, na comparação com o mês anterior.

Ao final da sessão, o dólar subiu 0,57%, cotado a R$ 5,0258. Com o resultado, acumulou altas de: 0,57% na semana; 1,07% no mês; e 3,57% no ano.

Na última sexta-feira, a moeda norte-americana teve alta de 0,22%, cotado a R$ 4,9973.

Ibovespa

O Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa brasileira, a B3, encerrou em alta de 0,17%, aos 126.954 pontos. Com o resultado, acumulou: alta de 0,17% na semana; recuo de 1,60% no mês; e baixa de 5,39% no ano.

Na sexta, o índice teve baixa de 0,74%, aos 126.742 pontos.

Mercados

A semana começou com os investidores já de olho na Super Quarta, quando o Banco Central do Brasil (BC) e o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve anunciar suas novas taxas de juros.

No Brasil, a taxa Selic está em 11,25% ao ano e a expectativa do mercado é que o Comitê de Política Monetária (Copom) promova um novo corte de 0,5 ponto percentual, levando a taxa a 10,75% ao ano.

Nos Estados Unidos, por outro lado, a expectativa é que o Fed mantenha seus juros inalterados entre 5,25% e 5,50% ao ano. A atenção, porém, está mais voltada para o comunicado que a instituição vai soltar depois da reunião, porque é ali que os investidores conseguem vislumbrar quais são as possibilidades para as taxas nos próximos meses.

Há muita expectativa do mercado sobre quando o Fed deve iniciar o ciclo de cortes nos Estados Unidos. A maioria dos investidores e especialistas espera que isso aconteça ainda no primeiro semestre deste ano.

Além disso, a semana começou com a divulgação de alguns dados importantes pelo mundo.

No exterior, destaque para a China, que teve números melhores que o esperado para a indústria e varejo. No primeiro bimestre de 2024, a produção industrial do país cresceu 7,0%, segundo a Agência Nacional de Estatísticas, contra expectativas de alta de 5,0%. Já as vendas no varejo subiram 5,5%, contra 5,2% projetados.

Os números trouxeram certo alívio para os mercados, que vinham preocupados com uma desaceleração da economia chinesa. O resultado impulsiona, inclusive, o desempenho do minério de ferro, já que o país asiático é um dos principais demandantes da commodity no mundo.

Já no Brasil, o BC divulgou o IBC-Br, que mostrou alta de 0,6% em janeiro, em linha com as expectativas. Rafael Perez, economista da Suno Research, destaca que esse é o quinto resultado positivo consecutivo e “revela uma atividade mais forte neste início de ano”.

“Além disso, os dados de Caged divulgados na sexta-feira, com a criação de 180 mil vagas de emprego em janeiro, mostraram um mercado de trabalho que continua dando sinais bastante positivos e será um vetor importante de sustentação da atividade, principalmente de segmentos ligados ao consumo”, comenta o economista.

Ainda no cenário doméstico, destaque para relatório divulgado pelo Tesouro Nacional na última sexta, com projeções de que o Governo Federal deve conseguir cumprir a meta de déficit zero em 2024, se conseguir aprovar as medidas já propostas pela área econômica para elevar a arrecadação.

Já para os próximos anos, em 2025 e 2026, o Tesouro projeta déficit de 0,5% e de 0,4% do PIB, respectivamente. O déficit acontece quando as despesas superam as receitas, aumentando a dívida pública.

Caso as projeções do Tesouro se concretizem, o governo deixará de cumprir a meta fiscal estabelecida para 2025 e 2026, uma vez que as metas projetadas para estes anos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 são de superávit de 0,5% e de 1% do PIB, respectivamente.

Porém, por enquanto, esses números esperados de déficit não passam de projeções. Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, pontua que “não faz sentido algum o governo alterar a meta fiscal agora” e que isso seria “um tiro no pé”.

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