O dólar ampliou a alta a 2% e chegou a bater 3,43 reais na máxima do dia após a agência de classificação de risco S&P (Standard & Poor’s) piorar a perspectiva do Brasil para “negativa”, em meio a preocupações com a situação fiscal brasileira e o cenário político conturbado.
Na máxima da sessão, a moeda norte-americana atingiu 3,4353 reais, com alta de 2%. Ao longo do dia, no entanto, a divisa perdeu força e fechou o dia cotada a 3,36 reais, o mesmo valor alcançado na segunda-feira e o maior desde 27 de março de 2003. Nas últimas quatro sessões, o dólar acumulou valorização de 6%.
A agência, que já tem a nota do Brasil no último degrau antes de perder o grau de investimento, argumentou que sua decisão vem da série de investigações de corrupção envolvendo empresas e políticos, que pesam cada vez mais sobre os cenários econômico e fiscal brasileiros. Informou ainda que o País enfrenta circunstâncias políticas e econômicas desafiadoras.
Investidores já vinham demonstrando preocupação com a possibilidade de o Brasil perder seu grau de investimento, após cortes nas metas fiscais do governo deste e dos próximos anos surpreenderem e decepcionarem os mercados financeiros. Outro aspecto importante é a reunião do Fed (Federal Reserve), o banco central norte-americano, que encerra na quarta-feira.
Sinalizações de que o Fed caminha para elevar os juros ainda neste ano podem servir de gatilho para a moeda norte-americana dar mais um salto, afirmaram operadores, já que pode atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados no Brasil.
