O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou em uma rede social que cancelou o encontro previsto com o presidente russo, Vladimir Putin, durante a cúpula do G20, em Buenos Aires.
Trump afirmou em seu perfil no Twitter que a reunião bilateral foi cancelada diante da recusa russa de devolver os três navios ucranianos apreendidos no domingo passado (25) e libertar seus tripulantes.
“Eu espero por um novo encontro significativo assim que esta situação se resolver”, escreveu o americano, que disse atender aos melhores interesses de todos os envolvidos.
Dois navios pequenos de guerra e um rebocador ucranianos foram apreendidos pela patrulha de fronteira da Rússia quando tentavam entrar no mar de Azov pelo estreito de Kertch – território compartilhado entre os dois países. Na terça-feira (27), 15 dos 24 marinheiros detidos foram sentenciados a dois meses de prisão.
Putin afirmou na quarta-feira (28) que as forças navais russas agiram corretamente e que o incidente foi provocado pelos ucranianos para aumentar a tensão na região e levar a mais sanções contra os russos. O líder russo afirmou ainda que vários barcos ucranianos passaram tranquilamente pelo estreito de Kertch em setembro.
A Ucrânia, que decretou lei marcial no país alegando ameaça de uma invasão russa, diz que estava em obediência às leis marítimas internacionais e que alertou a Marinha russa de que passaria pelo estreito.
O episódio levou a duras críticas aos russos dos EUA e de vários países do bloco europeu. Na terça, Trump já alertara que poderia cancelar o encontro com Putin no G20, que acontece nos próximos dois dias na capital argentina.
Um porta-voz do Kremlin citado pela agência de notícias Ifax disse ter descoberto sobre o cancelamento pelo Twitter e que não houve nenhum comunicado oficial da diplomacia americana.
A primeira vice-ministra de informação da Ucrânia, Emine Dzhaparova, disse nesta quinta em entrevista coletiva que a Argentina proibiu a exibição, durante a reunião do G20, de um cartaz de campanha do governo ucraniano que simboliza os efeitos das agressões da Rússia contra seu país. O cartaz mostra um mapa da Ucrânia com a Crimeia dividida e sangrando.
“Eu vivia na Crimeia e minha família ainda está lá, e o que contam hoje sobre o nível de censura e de opressão em que vivem é assustador, corresponde ao de um ambiente de guerra e exceção constante”, afirmou Dzhaparova sobre a situação na região, mais de quatro anos após a anexação do território pela Rússia.
A vice-ministra disse que sua presença no G20 tem como objetivo chamar a atenção dos líderes para pedir a liberação dos marinheiros ucranianos junto com as três embarcações.