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Donald Trump cortará verba federal de clínicas que façam aborto

Diante do escândalo doméstico e global, o próprio Trump optou por uma espécie de recuo na quarta. (Foto: Reprodução)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja cortar o financiamento público a clínicas que ofereçam ou mencionem a possibilidade de realização do procedimento de aborto a suas pacientes, informou a imprensa americana na sexta-feira (18), citando fontes oficiais. Uma das organizações que poderiam ser afetadas é a Planned Parenthood, especializada em planejamento familiar.

“Esta proposta não necessariamente tira os fundos da Planned Parenthood, desde que eles estejam dispostos a desvincular a verba pública do aborto como método de planejamento familiar”, disse um funcionário do governo Trump em entrevista à rede de TV americana CNN.

“Quaisquer beneficiários que realizem, apoiem ou encaminhem [pacientes] para o aborto têm uma escolha: desvincularem-se do aborto ou financiarem suas atividades com fundos arrecadados no setor privado.”

Resposta aos pedidos dos setores conservadores americanos, a mudança seria um esforço do governo de Trump para reduzir ainda mais o acesso ao aborto. Já existem leis que impedem o dinheiro federal de financiar diretamente os procedimentos abortivos, mas grupos como a Planned Parenthood ainda se beneficiam do financiamento público por outros serviços, como exames anuais ou de rotina.

Com a nova regra, esses serviços terão de ser realizados em um local diferente e operados por outros funcionários para que a instituição continue recebendo dinheiro federal. Mesmo assim, a verba federal ainda seria utilizada apenas para esses serviços não relacionados ao procedimento abortivo.

Representantes da Planned Parenthood disseram que a proposta de Trump é “perigosa” e “ultrajante” e teria “consequências devastadoras”, segundo a rede britânica BBC.

Alemanha

Um grupo na Alemanha ajuda mulheres de países em que aborto é ilegal a encerrar gravidez. “O que une todas as mulheres que entram em contato conosco é a vontade de não continuar com a gravidez”, conta uma ativista alemã da rede Ciocia Basia (Tia Bárbara, em Português), que ajuda mulheres de países em que o aborto é proibido a interromper a gestação de forma segura em Berlim.

Em funcionamento desde 2015, o grupo tem dez voluntárias, um celular e um email. Três ou quatro vezes por semana, o telefone toca: são mulheres, a maioria polonesa, pedindo ajuda. A 90 quilômetros de Berlim, a Polônia tem leis muito mais restritivas do que a alemã quanto o aborto.

Não há estatísticas sobre o número de mulheres que a Tia Bárbara já ajudou. Nem todas as que telefonam acabam indo a Berlim – muitas querem apenas se informar sobre as leis e os procedimentos. Na página do grupo Facebook, instruções em inglês e em polonês explicam os custos do aborto na Alemanha: há pílulas com preço médio de 340 euros (cerca de R$ 1.500), e cirurgias abortivas custam 470 euros (cerca de R$ 2.000). “Se você não puder pagar tudo isso, não se preocupe – a clínica que coopera conosco oferece preços menores, em solidariedade com as grávidas em situação difícil”, diz o texto.

Além de auxiliar com traduções e facilitar contato com médicos, as ativistas ajudam as grávidas a encontrar acomodação em casas de voluntários, para o caso de mulheres que precisam ficar mais tempo em Berlim. “Muitas das mulheres que nos procuram ficam aliviadas e felizes após o procedimento. Elas chegam muito estressadas, pois tinham uma gravidez indesejada e não sabiam o que fazer. É bom ver que elas se sentem bem melhores depois”, diz a ativista.

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