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Donald Trump deixou claro que está descontente com a China, diz assessora da Casa Branca sobre fechamento do consulado

Trump sugeriu que o atual sistema de votação poderia levar a fraudes e resultados deturpados. (Foto: Shealah Craighead/White House)

Quando questionada sobre a mensagem que os Estados Unidos estão enviando em relação ao fechamento de um consulado chinês no Texas nesta quarta-feira (22), a assessora da Casa Branca Kellyanne Conway disse que o presidente Donald Trump continua descontente com a China sobre a maneira como o país está com o surto de coronavírus, que matou mais de 140.000 norte-americanos.

Acho que esse presidente deixou bem claro que está descontente com a China – o fato de o vírus chinês ter sido liberado neste país e em todo o mundo com muito pouca informação, honestidade e transparência da China”, disse Conway em resposta à pergunta de um repórter sobre a China.

Ainda não estamos obtendo informações da China. Ainda não sabemos os números dos casos, os números das mortes, etc.”

Os Estados Unidos deram à China 72 horas para fechar seu consulado em Houston em meio a acusações de espionagem, o que marca uma dramática deterioração nas relações entre as duas maiores economias do mundo.

O Departamento de Estado dos EUA disse na quarta-feira que a missão chinesa em Houston estava sendo fechada “para proteger a propriedade intelectual americana e as informações privadas americanas”.

O Ministério das Relações Exteriores da China informou que Washington emitiu a demanda abruptamente na terça-feira e a chamou de “escalada sem precedentes”. O ministério ameaçou retaliação não especificada.

A Embaixada da China em Washington recebeu “ameaças de bomba e morte” por causa de “calúnias e ódio” espalhados pelo governo dos EUA, escreveu a porta-voz Hua Chunying em um tuíte.

Os EUA deveriam revogar sua decisão errônea”, disse ela. “A China certamente reagirá com contramedidas firmes.”

O governista Partido Comunista em Pequim estava cogitando fechar o consulado dos EUA na cidade central de Wuhan em retaliação, de acordo com uma fonte com conhecimento do assunto.

Especialistas em China baseados nos EUA disseram que Pequim também pode optar por atingir consulados mais importantes em Hong Kong, Xangai ou Guangzhou, algo que pode prejudicar as empresas norte-americanas.

A decisão sobre Houston ocorre antes das eleições presidenciais de novembro nos EUA, nas quais o presidente Donald Trump e seu rival democrata Joe Biden tentam parecer duros com a China.

Em uma visita à Dinamarca, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, repetiu acusações sobre roubo chinês de propriedade intelectual dos EUA e da Europa, que, segundo ele, está custando “centenas de milhares de empregos”.

Embora não tenha dado detalhes específicos sobre o consulado de Houston, Pompeo se referiu a uma acusação na terça-feira do Departamento de Justiça dos EUA contra dois cidadãos chineses sobre suposta campanha de espionagem cibernética de uma década que visava contratados da Defesa, pesquisadores da Covid-19 e centenas de outras vítimas em todo o mundo.

Pompeo também se referiu a discursos recentes do chefe do FBI e de outros que destacaram as atividades de espionagem chinesas.

O presidente Trump disse: ‘Basta. Não vamos permitir que isso continue acontecendo’”, afirmou Pompeo a repórteres. “Essas são as ações que vocês veem sendo tomadas pelo presidente Trump, e continuaremos envolvidos nisso.”

Um diplomata chinês, falando à Reuters sob condição de anonimato, negou as acusações de espionagem e disse que a missão de Houston agia como outros consulados chineses nos Estados Unidos —emitindo vistos e promovendo visitas e negócios. As informações são da agência de notícias Reuters.

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