O presidente Donald Trump demitiu o diretor do Serviço Secreto dos Estados Unidos, unidade policial encarregada da proteção do presidente e de outras autoridades do governo, afirmou a Casa Branca nesta segunda-feira (8). As informações são do jornal Folha de S.Paulo e das agências de notícias AFP e Reuters.
Segundo a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, Randolph Alles será substituído por James M. Murray, membro de carreira do serviço, a partir de maio.
Alles “fez um ótimo trabalho na agência nos últimos dois anos e o presidente está grato por seus mais de 40 anos de serviços ao país”, afirmou Sanders em nota.
De acordo com o jornal The New York Times, Trump está fazendo um purga no Departamento de Segurança Nacional, com ao menos outras duas demissões previstas: L. Francis Cissna, chefe do Serviço de Imigração e Cidadania e John Mitnik, conselheiro-geral do Serviço Secrfeto.
No sábado (6), Trump anunciou a saída da secretária de Segurança Nacional, Kirstjen Nielsen, uma das principais defensoras da política migratória do governo. Ela foi substituída interinamente pelo comissário de Alfândega e Proteção Fronteiriça, Kevin McAleenan.
As demissões se somam à longa lista de defecções nos pouco mais de dois anos de governo Trump, que tem sido marcado pela alta rotatividade no alto escalão.
Ainda de acordo com o NYT, Alles foi demitido em parte em relação ao incidente em que uma mulher chinesa foi presa no resort de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, expondo o problema de segurança no local.
Renúncia
Kirstjen Nielsen, que supervisionou as políticas de imigração do presidente Donald Trump durante tumultuados 16 meses, renunciou em meio a um aumento no número de imigrantes na fronteira com o México. Um funcionário de alto escalão do governo disse que Trump pediu a renúncia de Nielsen, e ela consentiu.
Trump, que recentemente expressou crescente raiva sobre a situação na fronteira, disse no Twitter: “A secretária de Segurança Interna, Kirstjen Nielsen, deixará seu cargo, e eu gostaria de agradecer a ela por seu serviço”.
Em outro tuíte, Trump disse que Kevin McAleenan, o atual comissário da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, se tornaria secretário interino do Departamento de Segurança Interna (DHS, em inglês).
Em um tuíte no fim de domingo, Nielsen afirmou que permaneceria no cargo até quarta-feira. “Eu concordei em permanecer como secretária até quarta-feira, 10 de abril, para ajudar com uma transição ordenada e garantir que as principais missões do DHS não sejam afetadas”, disse.
Nielsen, de 46 anos, era secretária do DHS desde dezembro de 2017. Sua saída havia sido repetidamente comentada no ano passado, particularmente após uma onda de revolta sobre a política de separação de famílias, em 2018, na fronteira com o México, e mais recentemente quando funcionários da fronteira dos EUA estimaram que 100 mil imigrantes foram detidos na fronteira ao sul em março, o nível mais alto em uma década.
Outro funcionário do governo disse que o conselheiro de segurança nacional de Trump, John Bolton, também recomendou a Trump que ela deveria deixar o cargo, após um desentendimento com Nielsen no final de 2018.
Trump fez da repressão à imigração ilegal uma peça central de sua Presidência, em especial com o projeto de construir um muro na fronteira, à medida que tenta reduzir o número de recém-chegados aos Estados Unidos que não têm a devida documentação.
Em sua carta de renúncia, Nielsen pediu mais do Congresso e dos tribunais, que se opuseram a iniciativas da administração Trump, como seu esforço para limitar a imigração de países muçulmanos e do muro da fronteira.
“Espero que o próximo secretário tenha o apoio do Congresso e dos tribunais na fixação das leis que impediram nossa capacidade de proteger plenamente as fronteiras dos Estados Unidos e que contribuíram para a discórdia no discurso de nossa nação”, escreveu ela a Trump.
