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Donald Trump disse que a Arábia Saudita e a Rússia “ficaram loucas” na disputa sobre o petróleo

A agência elevou a projeção para a demanda por petróleo em 2020 em quase 500 mil bpd. (Foto: Reprodução)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que planeja conversar ainda nesta segunda-feira (30) com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre a crise do petróleo, e acrescentou que a Arábia Saudita e a Rússia “ficaram loucas”, ao falar sobre preços do petróleo, que têm sido pressionados pela desaceleração econômica para reduzir a propagação do coronavírus, pela redução na demanda e pela disputa entre árabes e sauditas.

Em entrevista à emissora Fox News, Trump disse que não quer ver o setor de energia ‘dizimado’ pelos baixos preços do barril de petróleo no mercado internacional devido à guerra de preços entre russos e sauditas. Petroleiras devem reduzir investimentos em 30% por coronavírus e queda no preço do petróleo.

“Não queremos ter uma indústria morta”, disse Trump, em entrevista à Fox News “É ruim para eles, ruim para todo mundo. Esta é uma luta entre a Arábia Saudita e a Rússia que tem a ver com quantos barris vão ser liberados (para o mercado). E os dois enlouqueceram, eles dois enlouqueceram”.

E em meio à guerra de preços com a Rússia, a Arábia Saudita anunciou nesta segunda que pretende aumentar as exportações de petróleo para um volume recorde de 10,6 milhões de barris por dia (mbd) em maio.

“O reino pretende aumentar suas exportações de petróleo em 600 mil barris por dia a partir de maio, o que elevará suas exportações (totais) para 10,6 mbd”, disse um funcionário do ministério da Energia, citado pela agência oficial SPA.

O anúncio do maior exportador mundial,  feito em um momento em que a pandemia do novo coronavírus levou a uma queda na demanda, significa que Riad,  que já anunciou um forte aumento na produção em abril, adicionará pelo menos 3,6 milhões de barris/dia ao mercado, que experimenta uma forte queda nos preços.

Preços em forte queda

Os preços do petróleo abriram nesta segunda-feira (30) em forte queda, com o barril de Brent em seu nível mais baixo desde 2002.

Em Londres, o barril de Brent  para entrega em maio chegou a US$ 22,58, preço que não atingia há mais de 17 anos e que representa um declínio de cerca de 10% em comparação ao fechamento de sexta-feira. Às 11h10min (hora de Brasília-DF), o barril do Brent recuava 11,87%, sendo negociado a US$ 21,97.

Em Nova York, o barril do WTI para entrega em maio desceu abaixo do limite de US$ 20, aproximando-se do preço de US$ 19,46 que havia atingido em 20 de março. Por volta das 11h em Brasília, o barril do leve americano estava cotado a U$ 20,09, com queda de 6,60%.

Bank of America 

O Bank of America Global Research reduziu suas projeções de preços do petróleo em 2020 e 2021 para US$ 37 e US$ 45 por barril para o Brent, e para US$ 32 e US$ 42  por barril para o petróleo leve americano (WTI).

A unidade de pesquisa do BofA ainda afirmou que Rússia e Arábia Saudita “têm pouco a ganhar pressionando os preços para abaixo de US$ 30 dólares por barril”, projetando a possibilidade de “algum acordo” entre os países no terceiro trimestre de 2020.

O banco disse ainda que espera ver a maior queda trimestral já registrada no consumo global de petróleo O O cenário-base do BofA envolve queda de 12 milhões de barris por dia no consumo global no segundo trimestre de 2020 e de 4,5 milhões de barris por dia no ano.

Na semana passada, a Agência Internacional de Energia (AIE) afirmou que a demanda por petróleo pode despencar em até 20 milhões de barris diários.

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