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Donald Trump perde última batalha legal e terá que entregar sua movimentação financeira a promotor de Nova York

Comissão que investiga invasão do Capitólio intimou Trump para prestar depoimento. (Foto: Official White House Photo/Shealah Craighead)

A Suprema Corte dos Estados Unidos negou o último pedido de Donald Trump para impedir que suas declarações de impostos sejam entregues a um promotor de Nova York. A decisão encerra uma longa batalha legal para impedir o promotor de Manhattan, Cyrus Vance, de acessar os registros fiscais de Trump, e é um grande golpe para o ex-presidente, que não mediu esforços para mantê-los ocultos por anos.

O tribunal superior não deu detalhes sobre a forma como os magistrados votaram. “O trabalho continua”, disse Vance em um breve comunicado após a publicação da decisão.

Em reação, Trump disse que a decisão é uma “continuação da maior caça às bruxas política na história” do país. “A Suprema Corte não deveria jamais ter permitido essa ‘expedição de pesca'” de Vance, disse. “Seguirei lutando, como venho fazendo nos últimos cinco anos (antes mesmo de ser eleito com sucesso), apesar de todos os crimes eleitorais que foram cometidos contra mim. Eu ganharei.”

Em julho, a Suprema Corte já havia considerado justificado o pedido do promotor Vance, um democrata que cobra do escritório de contabilidade de Trump, Mazars, os impostos do ex-presidente de 2011 a 2018. Mas os advogados de Trump apelaram da decisão.

Porém, dessa vez, a decisão é final. A Mazars indicou no passado que obedeceria à decisão da Suprema Corte.

Durante sua campanha eleitoral, Trump prometeu publicar suas declarações de impostos, mas nunca o fez. Ele foi o primeiro presidente desde Richard Nixon que se recusou a liberar suas declarações de impostos.

Como a investigação de Vance se baseia em decisão de um grande júri cujas deliberações são secretas, ninguém sabe exatamente o que o promotor procura nos documentos fiscais que solicita ao escritório de advocacia Mazars.

Inicialmente, a investigação se concentrou em um pagamento feito à atriz pornográfica Stormy Daniels e outra suposta amante de Trump para comprar seu silêncio — elas alegavam durante a campanha de 2016 que teriam tido um caso extraconjungal com Trump —, em violação à lei de financiamento eleitoral dos Estados Unidos.

Mas a acusação recentemente deu a entender que a investigação poderia ser mais ampla e se estender ao “possível comportamento criminoso dentro da Trump Organization”, a empresa que reagrupa os negócios do ex-magnata do mercado imobiliário e não está listada na bolsa de valores.

De acordo com a imprensa americana, os investigadores da promotoria questionaram recentemente os funcionários do Deutsche Bank, apoiadores financeiros de Trump e sua holding durante anos, assim como funcionários de sua seguradora, Aon.

Também entrevistaram o ex-advogado pessoal de Trump, Michael Cohen, que está cumprindo prisão domiciliar. Cohen disse ao Congresso que Trump e sua empresa inflaram ou reduziram artificialmente o valor de seus ativos para obter empréstimos bancários ou reduzir impostos.

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