Ícone do site Jornal O Sul

Dono da JBS/Friboi disse ter transferido 150 milhões de dólares no exterior para as campanhas de Lula e Dilma

As defesas de Lula e de Dilma negam as irregularidades. (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress)

O dono da JBS, Joesley Batista, disse que transferiu para contas no exterior 70 milhões de dólares destinados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mais 80 milhões de dólares em conta, também no exterior, em benefício da ex-presidente Dilma Rousseff. Os montantes, afirmou, foram enviados por meio do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e gastos “tudo em campanha”.

Joesley falou que tanto Lula quanto Dilma tinham conhecimento dos repasses. A defesa do ex-presidente Lula afirma “que as afirmações de Joesley Batista em relação a Lula não decorrem de qualquer contato com o ex-presidente, mas sim de supostos diálogos com terceiros, que sequer foram comprovados”. A assessoria da ex-presidente Dilma negou irregularidades, e disse que “são improcedentes e inverídicas as afirmações do empresário”.

A declaração foi dada por Joesley em 3 de maio de 2017 na sede da PGR (Procuradoria-Geral da República), em Brasília. “Teve duas fases, a do presidente Lula e teve a fase da presidente Dilma”, disse. “Na fase do presidente Lula chegou a 80 milhões de dólares, na fase da presidente Dilma chegou a uns 70 [milhões]. Ou ao contrário: 70 [milhões] na do Lula e 80 [milhões] na da Dilma.”

Joesley disse que inicialmente não tinha se dado conta de que os valores eram destinados às campanhas eleitorais de Lula e Dilma. Ele afirma ter percebido quando Guido pediu a abertura de uma segunda conta, em nome do próprio empresário. “Foi aí a primeira vez que eu desconfiei que o dinheiro não era dele [Guido]”, contou.

“Quando terminou o governo Lula, ele falou: agora tem que abrir outra conta. Essa conta é da conta do Lula. Essa aqui, tem que abrir uma para Dilma”, revelou o empresário. “Fiz uma pergunta pra ele, sabem disso? Lula sabe disso, Dilma sabe? Não, sabe sim, eu falo tudo pra eles.”

Joesley disse que levava frequentemente o extrato das contas para o então ministro.

Sair da versão mobile