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Doping e corrupção mancham a imagem do esporte

Ciclista Lance Armstrong perdeu títulos por ter competido dopado. (Foto: Thao Nguyen/AP)

A decisão da Federação Internacional de Atletismo (IAAF, em inglês), de suspender provisoriamente a federação russa e os atletas por ela representados de todas as competições oficiais, encaminha para uma saída positiva a questão das acusações de recurso indiscriminado ao doping. As suspeitas de que o uso de estimulantes para melhorar marcas e vencer provas seria prática corrente na Rússia, inclusive com o aval de dirigentes da entidade agora punida, ganharam corpo em dezembro de 2014, em um documentário transmitido pela televisão alemã.

O escândalo provocou uma crise sem precedentes no atletismo mundial. A punição imposta aos responsáveis dá o tom da gravidade das denúncias, mas trata do problema apenas no campo administrativo, não alcança o aspecto ético da questão.

Neste particular, a Rússia não inova na fraude. Na finada União Soviética, era notório que o estímulo dado aos atletas para quebrar recordes em competições internacionais ia além do enaltecimento das qualidades do socialismo no aprimoramento físico. A Cortina de Ferro desapareceu, mas o mau exemplo do turbinamento sintético não.

O colapso ético no campo das competições tem correspondência em episódios como o da corrupção na Fifa (entidade máxima do futebol). Atingida por denúncias de propinas, a entidade desviou o futebol para as páginas da crônica policial. A prisão de alguns dirigentes é resposta importante contra desvios administrativos. Mas no campo da moral, fatos como esses mancham a imagem do esporte. (AG)

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