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Doze abstenções podem salvar Dilma

O elemento decisivo do processo de impeachment seria quantos deputados optariam por faltar a votação para não se comprometer com nenhum dos lados. (Foto: Câmara dos Deputados)

Quem dá o impeachment da presidenta Dilma Rousseff como fato consumado poderá ter uma surpresa na votação do pedido pelo plenário da Câmara dos Deputados neste domingo. Após perder aliados durante toda a semana, o governo finalmente registrou uma reação, com a mudança de posição de alguns deputados. E mais: bastariam 12 abstenções, dentre 513 parlamentares, para Dilma derrubar o processo, ainda que por uma margem mínima.

A estimativa é da Pulso Público, consultoria de análise política. Com base nas últimas notícias, o melhor cenário é que os votos contrários ao impeachment chegarão a, no máximo, 170. Ou seja, dois a menos que o necessário para barrá-lo. No cenário intermediário, o total baixa para 160 defensores.

O elemento decisivo seria, portanto, quantos deputados optariam por faltar a votação para não se comprometer com nenhum dos lados. O único exemplo à mão é a votação, em 1992, do impedimento de Fernando Collor de Mello. Naquele episódio, 5% dos parlamentares se abstiveram. Uma taxa de ausência bem inferior aos 20% de taxa média de outras votações que requerem maioria qualificada na Câmara.

Se esse percentual de 5% de abstenções se mantiver, corresponderá a 25 deputados. Assumindo que essas faltas afetem por igual tanto os pró-impeachment, quanto os aliados de Dilma, significaria 12,5 votos a menos para cada grupo. Mas, quando se soma essa dúzia de abstenções aos 170 votos do melhor cenário da Pulso, ou mesmo ao cenário intermediário de 160 votos, o total indica que a presidenta poderá se salvar, ainda que por uma estreitíssima margem.

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