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Duque, Vaccari e Góes ficam caladas em depoimento à Justiça Federal

Moro: cinco dias para requerimentos. (Foto: Jorge William/AG)

Os réus da Operação Lava-Jato João Vaccari Neto, Renato Duque e Mário Góes ficaram calados em depoimentos diante do juiz federal Sérgio Moro nessa sexta-feira, em Curitiba (PR). Os três são investigados por crimes de desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras. Todos estão detidos no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana da capital paranaense.

Duque, ex-diretor de Serviços da estatal, foi preso na 10 fase da Lava-Jato. Ele é apontado pelo delator Pedro Barusco como chefe do esquema de desvios da área de Serviços da petroleira. Há indícios, segundo Moro, de que o ex-executivo ainda mantém contas-correntes no exterior, nas quais guarda o dinheiro sujo.

Vaccari, ex-tesoureiro do PT, é suspeito de operar o esquema desde 2004, conforme a Justiça Federal. Preso na 12 fase da Lava-Jato, o petista também é acusado de determinar que parte das propinas pagas por empreiteiras fosse destinada a uma gráfica sediada em São Paulo. O valor poderá chegar a 2,5 milhões de reais.

Góes se entregou à PF (Polícia Federal) em 8 de fevereiro depois de ser considerado foragido na 9 etapa da Lava-Jato. Para a Justiça, ele é um dos operadores financeiros do esquema de pagamento de propina envolvendo a Arxo.

Alexandre Lopes, advogado de Duque, afirmou que não havia utilidade de seu cliente se manifestar para um juiz que já o condenou, mesmo sem ter proferido sentença. “Não vejo a razão de ele falar hoje, se está condenado. É essa a nossa percepção pelas próprias atitudes do juiz. Nós levantamos a suspeição dele no processo. Ele é incompetente para julgar a causa. Nem era a vontade de Duque, mas a defesa preferiu que ele não falasse hoje”, explicou Lopes.

Segundo o representante de Duque, Moro deu cinco dias para as defesas apresentarem requerimentos, que serão analisados para que alguma diligência seja deferida ou não. Após, a ação irá às alegações finais e veredito. Os advogados de Vaccari e Góes não comentaram o silêncio dos réus. (AG)

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