Ao participar do evento “Fórum Veja de Infraestrutura”, realizado em São Paulo nessa segunda-feira (18), o governador gaúcho Eduardo Leite detalhou as iniciativas do Rio Grande do Sul para atrair investimentos privados e transformar a infraestrutura do Estado. Ele frisou a importância de um ambiente de negócios estável e previsível, por meio de disciplina fiscal e modernização da gestão pública.
A palestra – intitulada “RS do Futuro” – serviu para Leite mencionar, mais uma vez, a superação do que ele define como “quadro crítico de crise fiscal”, promovendo reformas estruturais que recuperaram a capacidade de investimento e abriram espaço a parcerias público-privadas (PPP). Na pauta também estavam as concessões e privatizações que já somam R$ 46 bilhões em investimentos projetados, além de R$ 26 bilhões em novos projetos em andamento.
“Nosso esforço foi de reorganizar as contas públicas e criar previsibilidade, condição essencial para o investidor”, discursou. “Hoje, o Rio Grande do Sul tem um portfólio robusto e diversificado, que vai de rodovias e aeroportos a projetos em saúde, saneamento e educação.”
O “Fórum Veja de Infraestrutura” contou com a participação do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, além de investidores, empresários e lideranças do setor público. Realizado pela revista “Veja”, o evento reuniu cerca de 150 participantes e teve como tema central “Como as concessões podem mudar o Brasil”, abordando os desafios e oportunidades para destravar investimentos em logística, saneamento, energia, mobilidade e infraestrutura social.
Corsan
Eduardo Leite recorreu ao fato de que o Estado saltou de 2,5% para 10% de taxa de investimento nos últimos anos, após a implantação de reformas administrativas e previdenciárias. Outro ponto central da apresentação foi a privatização da companhia estadual de saneamento (Corsan), considerada pelo governador como um marco de eficiência:
“Enquanto alguns estados optaram por reduzir o escopo das estatais e manter parte das operações sob controle público, nós transferimos integralmente a gestão para o setor privado. Isso fez triplicar a capacidade de investimentos da companhia, de R$ 400 milhões para R$ 1,5 bilhão ao ano, e já evitou que 45 bilhões de litros de esgoto, o equivalente a 18 mil piscinas olímpicas, fossem despejados nos mananciais hídricos”.
Concessões
Na área de concessões, Leite detalhou projetos de grande porte, como os blocos de rodovias que devem modernizar mais de 800 quilômetros de estradas, com investimentos superiores a R$ 12 bilhões. Citou, ainda, a PPP para 99 escolas estaduais em regiões de maior vulnerabilidade social para melhoria de infraestrutura, com aporte de R$ 1,4 bilhão, e a concessão do hospital de Viamão, avaliada em R$ 795 milhões.
Além disso, mencionou iniciativas em aeroportos regionais de Passo Fundo e Santo Ângelo, que terão leilão realizado em setembro na B3, e a concessão do Cais Mauá, em Porto Alegre:
“Essas iniciativas mostram que o Estado, ao invés de tentar executar diretamente todos os projetos, pode e deve atuar como regulador e fiscalizador, garantindo eficiência e qualidade a partir da expertise da iniciativa privada”, acrescentou.
Bloco 2
Ao final da palestra, o governador gaúcho participou de um diálogo com o colega paulista Tarcísio de Freitas, mediado pelo editor-chefe da “Veja Negócios”, José Roberto Caetano. O debate discutiu o papel das concessões e das parcerias público-privadas na transformação da infraestrutura nacional e na atração de investimentos estratégicos.
Leite destacou a ação do “Plano Rio Grande” para reconstrução resiliente do Estado e que já anunciou mais de R$ 8 bilhões em investimentos em diversas frentes, boa parte em obras de infraestrutura com ampliação da capacidade de suportar os impactos de eventos climáticos adversos.
(Marcello Campos)