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E-mails indicam que Lula fez lobby para a Odebrecht no exterior

Documentos mostram que o chefe de gabinete de Lula (foto), Gilberto Carvalho, era um dos elos entre a empreiteira e o presidente. (Foto: Fernando Donasci/Folha Imagem)

E-mails apreendidos pela PF (Polícia Federal) nas buscas realizadas na sede da Odebrecht em junho deste ano, em São Paulo, mostraram uma relação de influência e intimidade da empresa junto ao Palácio do Planalto, durante os governos Dilma e Lula. Nas mensagens, o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, tenta influenciar diretamente o que será dito pelos presidentes a chefes de Estados de outros países em agendas oficiais, sugerindo a postura presidencial nos encontros.

A pressão surte efeito. Em mensagem para executivos da construtora, o então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, escreveu que Lula fez lobby pela empresa em um dos encontros com líderes estrangeiros, em 2009.

Nos e-mails, a Odebrecht atua para evitar a escolha de um secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia que ele considerava prejudicial à empresa. Os documentos mostram, pela primeira vez, que o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, era um dos elos entre a empreiteira e o presidente, de acordo com a interpretação da PF. Carvalho negou. Para os investigadores, o ex-chefe de gabinete, que tem uma ligação forte com a igreja católica, é o “seminarista”, a quem Marcelo se refere em mensagens. Carvalho é ex-seminarista e possui forte ligação com os movimentos sociais ligados à Igreja. No governo Dilma, o papel do “seminarista” passou a ser cumprido por Giles Azevedo, chefe de gabinete da presidenta, e Anderson Dorneles, assistente pessoal de Dilma. Os dois recebiam mensagens enviadas diretamente por Marcelo, em nome dos interesses da empresa. (AG)

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