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E-mails revelam atuação de José Dirceu como corretor de imóveis antes de ser preso

José Dirceu (Foto: AE)

“Amigo Zé Dirceu, sou dono dessa propriedade no Sul da Bahia, 140 hectares com um quilômetro de praia privativa… me ajuda a vender isso se puder? Se vc gostar podemos discutir preço no telefone e acertar 1 milhão de dólares comissão.” A quebra de sigilo telemático de um sócio do ex-ministro José Dirceu revelou, em mensagens como essa, uma atuação constante do petista como uma espécie de corretor de grandes propriedades pelo País antes de ser preso.

Nas mensagens, o ex-ministro é procurado para intermediar negócios, analisa opções de alto padrão e recebe ofertas de propriedades rurais. Detido desde o dia 3 de agosto, Dirceu virou réu sob suspeita de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e associação criminosa em ação penal relacionada à Operação Lava-Jato. Ele é acusado de ter recebido propina de empresas com contratos da Petrobras.

O ex-ministro da Casa Civil, homem forte do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vinha argumentando que a sua empresa JD Consultoria, investigada na operação, ajudava grupos empresariais de variadas áreas a prospectar negócios no Brasil e também no exterior. Os e-mails anexados ao processo foram obtidos em uma conta do sócio Julio Cesar dos Santos, apontado como operador de Dirceu pela Polícia Federal. Julio Cesar fazia articulações por meio de sua empresa, a TGS Consultoria, e discutia os termos dos negócios com empresários.

A mensagem sobre a propriedade com praia privativa no Sul da Bahia foi escrita em fevereiro de 2012 por um empresário chamado Julio Ferreira, que mora nos Estados Unidos e queria se desfazer do terreno para financiar a construção de um shopping. As trocas de mensagens eletrônicas obtidas com a quebra de sigilo abordam o período anterior à condenação de Dirceu pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em novembro de 2012 pelo mensalão. (Folhapress) 

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