E-mails secretos atribuídos à ex-presidenta Dilma Rousseff foram anexados em um inquérito contra ela no STF (Supremo Tribunal Federal) como indícios da prática de obstrução à Justiça pela petista. Conforme a delação premiada da empresária Monica Moura, mulher do marqueteiro do PT João Santana, ao menos dois e-mails foram criados para que ela e Dilma pudessem se corresponder sem levantar suspeitas ou motivar registro. Um dos endereços eletrônicos usados seria “iolanda2606@gmail.com”.
Ainda segundo a delatora, Dilma recebia informações do então ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e utilizava esses e-mails para avisá-la de avanços da investigação. “Depois dessa conversa, Dilma disse que precisávamos manter contato frequente e de forma segura, para que eu lhe avisasse sobre o andamento das operações”, contou a empresária.
Monica detalhou que o e-mail foi criado em novembro de 2014, quando ela recebeu um telefonema informando que Dilma necessitava vê-la com urgência. A empresária, então, retornou de Nova York (EUA), onde estava em férias, apenas para se reunir com a então presidenta no Palácio da Alvorada.
A cópia do bilhete aéreo, no valor de 24 mil reais, está anexada ao processo. De acordo com o relato, as duas conversaram nos jardins e a petista teria demonstrado preocupação com o fato de o casal receber no exterior os recursos que seriam de sua campanha.
Dilma, então teria relatado a necessidade de se criar uma forma de comunicação segura. Aí surgiu o primeiro e-mail, por ideia da empresária. A conta foi criada em um computador de Dilma no Palácio e na presença de Giles Azevedo, então chefe de gabinete da presidenta.