Christopher Goulart, neto do ex-presidente João Goulart e sobrinho-neto do ex-governador Leonel Brizola, está lançando um livro autobiográfico, uma obra que começou a ser escrita ainda no período de isolamento da pandemia,em 2019.
A sessão de autógrafos será na próxima segunda-feira na Biblioteca em Porto Alegre. Esta semana, o autor conversou com o colunista sobre a obra de alguém que muitas vezes era conhecido apenas como “o neto do ex-presidente João Goulart”. Christopher enfrenta corajosamente este rótulo e, por esta e outras razões, explica que ele foi o único neto que o ex-presidente João Goulart conheceu, quando tinha dois meses, em Londres onde nasceu durante o exílio de seus pais: “Diria que desde o primeiro momento de vida, tive influência de meu avô, mesmo inconscientemente porque tudo o que rodeou a minha vida, desde que nasci, me remeteu a ele, e ao exílio que vivia”.
Ele faz uma provocação sobre esta abordagem ao dizer que “até agora não falei das minhas origens. Particularmente, não escrevi aquilo que rodos já sabem. Sim, sou neto do ex-presidente do Brasil , João Belchior Marques Goulart”.
Ao colunista ele descreveu com mais detalhes o propósito deste livro: “Todos os livros anteriores sobre o meu avô e a história da minha família estão numa bolha de glamour. O meu é realidade na veia, é um livro autocrítico, e vou antes da minha vida, vou desde o momento em que os meus pais se conheceram no exílio. Para eu me apresentar, tenho que contar toda a minha história, desde onde nasci, e porque das minhas origens, porque eu me considero filho direto da história, o que pode parecer um pouco petulante num primeiro momento”.
O livro ”E Manchado de Sangue terás que crescer – Uma vida de Lutas”
O livro de Christopher Goulart, cuja capa traz a única foto sua quando o avô João Goulart foi conhecê-lo em Londres, aos dois meses, faz um relato inesperado da trajetória da sua trajetória e dos bastidores onde explica que “existe uma realidade paralela, mais perversa , fora do nosso quintal”. Sobre o conteúdo do livro de 400 páginas, define que “chegou a hora de colocar no papel o uso de minha autocrítica notória ao extremo, e da minha sinceridade.”
Juremir Machado da Silva
O jornalista e escritor Juremir Machado da Silva, no prefácio, descreve que Cristopher Goulart “ao escrevê-lo, ele acaba de nascer peça segunda vez”, e mais adiante afirma que que “esta é a historia de um idealista, disposto a preservar a memória do avô e, ao mesmo tempo, não ser reduzido ao papel de neto do Jango”.
Alcy Cheuiche
O escritor Alcy Cheuiche descreve que “ao terminar de ler as últimas linhas deste livro, as palavras que me ocorrem são: deve ser imediatamente vertido para o espanhol e para o inglês. Afinal, além da nacionalidade brasileira, Christopher Goulart é cidadão uruguaio e britânico, e o nosso idioma é insuficiente para divulgar sozinho esta obra”.