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Editora suspende livro que revelaria traidor de Anne Frank

Para fugir dos nazistas, judia Anne Frank passou dois anos com a família em esconderijo. (Foto: Reprodução)

A editora holandesa Ambos Athos pediu desculpas e decidiu suspender a publicação do livro “The betrayal of Anne Frank” (A traição de Anne Frank), que identifica um tabelião judeu como traidor da família da menina Anne Frank. Segundo a Ambos Athos, é preciso mais pesquisa sobre o ponto central da obra.

Em um comunicado, a editora disse que agora acredita ter sido levada “pelo momento” e que deveria ter sido mais cuidadosa com o livro.

O livro “The betrayal of Anne Frank”, escrito pela canadense Rosemary Sullivan, é baseado em seis anos de pesquisas realizadas por um time liderado pelo ex-agente do FBI Vince Pankoke.

O livro foi lançado no dia 18 de janeiro, mas em 24 horas começou a receber críticas de historiadores e pesquisadores que colocaram dúvidas sobre a teoria central apresentada na obra. A obra detalha os achados de uma investigação realizada por um agente aposentado do FBI e cerca de 20 historiadores, criminologistas e cientistas de dados que concluíram que um notário judeu, Arnold van den Bergh, teria sido o responsável pela denúncia aos nazistas da adolescente e de sua família em 1944 em Amsterdã.

Os críticos questionaram especificamente a ideia de que como membro do conselho judaico de Amsterdã, um órgão administrativo que as forças de ocupação alemã obrigaram os judeus a criar, ele provavelmente teria acesso aos lugares onde os judeus se escondiam.

Pieter vanTwisk, parte da equipe de pesquisa, afirmou que a teoria exposta no livro está bem fundamentada e se disse perplexo com o comunicado da Ambos Athos.

O livro sugere que Arnold van den Bergh foi forçado a dar os esconderijos de outros judeus para proteger sua própria família. Nem ele nem a filha foram deportados para campos de concentração.

Depois que sua família foi descoberta, Anne Frank foi enviada para o campo de Westerbork, e depois para o campo de concentração de Auschwitz e, mais tarde, para Bergen-Belsen, onde morreu em fevereiro de 1945, aos 15 anos.

Seu célebre diário, um dos livros mais lidos no mundo, narra os dias vividos por ela e sua família no esconderijo, entre 1942 e agosto de 1944.

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