O deputado autoexilado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que qualquer anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro que não contemple também seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, não terá apoio da direita.
“Eu sei que vocês querem tirar meu pai da anistia para poder chantagear ele e forçá-lo a escolher o candidato que vocês querem emplacar. Qualquer anistia que não seja ampla e irrestrita não será aceita”, escreveu em publicação no X (antigo Twitter).
O recado foi dado junto a um print de reportagem da CNN Brasil que revelou a existência de uma ala do PL disposta a excluir Bolsonaro da proposta para facilitar sua aprovação no Congresso Nacional.
Segundo a apuração da emissora, Bolsonaro já teria sinalizado que não precisaria ser beneficiado pela anistia, mas Eduardo tem trabalhado contra essa possibilidade. Ainda de acordo com a CNN, ele chegou a enviar uma carta ao governo americano defendendo a medida como fundamental para pacificar o país e remover sanções internacionais.
Como a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, mostrou na última terça-feira (2), a articulação pela anistia envolve também reuniões do Centrão com a participação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o que aumentou a pressão sobre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pautar a proposta logo após o julgamento de Bolsonaro no STF.
Há duas semanas, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL) publicou texto nas redes sociais dizendo que os “governadores democráticos” que tentavam se cacifar à Presidência se comportavam “como ratos” e não eram diferentes de petistas. A mensagem foi republicada por Eduardo.
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam como remota a possibilidade de avanço de um eventual projeto que conceda anistia a envolvidos em atos golpistas e que tenha Jair Bolsonaro entre os beneficiados. Na avaliação dos magistrados, caso um perdão seja aprovado no Congresso, a medida será judicializada e considerada inconstitucional pela Corte.
Encontro
Na última sexta (4), Eduardo e o ex-apresentador da Jovem Pan, Paulo Figueiredo, com integrantes do alto escalão do Departamento de Estado dos Estados Unidos, em Washington.
Na reunião com o subsecretário de Diplomacia Pública da gestão Trump, Darren Beattie, e com o conselheiro sênior para o Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, Ricardo Pita, Eduardo falou sobre as iniciativas de políticos aliados de Jair Bolsonaro e do centrão para avançar com uma anistia ampla e irrestrita que beneficiaria seu pai. O deputado também citou nominalmente ministros do STF que, segundo ele, atuam contra a proposta. (Com informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo e de Bela Megale, do jornal O Globo)