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Eduardo Bolsonaro propôs que o Parlamento venezuelano faça um golpe de Estado

"Desse daí eu não tenho nada a declarar, não", afirmou o filho do presidente. (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Em mais uma ação de ingerência contra a Venezuela, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) sugeriu na segunda-feira (7) pelo Twitter que o Parlamento venezuelano, de oposição ao presidente Nicolás Maduro, instaure um “governo de transição”. A proposta significa o próprio golpe de Estado, de acordo com as determinações dos EUA e de um conjunto de países governados pela direita na América Latina.

Na sexta-feira passada, 13 países latino-americanos, incluindo o Brasil, que formam o Grupo de Lima decidiram não reconhecer o novo mandato de Nicolás Maduro. O governo venezuelano afirma que o Grupo incentiva um golpe de Estado com o apoio dos Estados Unidos e reafirmou que Maduro será empossado no próximo dia 10.

A Chancelaria venezuelana espera uma grande participação de delegações internacionais na posse. Os partidos que apoiam Nicolás Maduro e organizações do movimento social estão preparando manifestações em apoio ao presidente.

Rússia faz alerta

O vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, fez um alerta nesta quarta-feira contra os planos dos Estados Unidos e de seus aliados, como o Brasil, de Jair Bolsonaro, de tentarem promover um golpe de Estado contra o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela. “É um momento importante, e nós sublinhamos de novo que a tentativa de recorrer à força militar, em uma situação considerada crítica por esses países, seria um desenvolvimento catastrófico. Nós advertimos algumas cabeças quentes em Washington de tal ‘tentação'”, afirmou. O Brasil tem se submetido à política externa dos Estados Unidos, importando conflitos desnecessários.

Segundo a agência Sputnik, Moscou advertiu “várias cabeças quentes” em Washington de recorrerem à força militar na Venezuela. A declaração seria do vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov.

“Eu vejo com inquietação e preocupação as tentativas dos EUA de consolidarem a frente anti-Chávez entre os países da América Latina. É uma tendência alarmante”, disse Ryabkov aos jornalistas.

Segundo o diplomata russo, mesmo os governos da América Latina com uma posição muito crítica em relação a Caracas excluem a possibilidade de uma intervenção militar nos assuntos venezuelanos.

“É um momento importante, e nós sublinhamos de novo que a tentativa de recorrer à força militar, em uma situação considerada crítica por esses países, seria um desenvolvimento catastrófico. Nós advertimos algumas cabeças quentes em Washington de tal ‘tentação'”, assinalou o vice-ministro.

No início de agosto do ano passado, teve lugar uma tentativa de atentado contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro durante o desfile militar em Caracas com o uso de drones carregados de explosivos. Maduro saiu ileso, porém 7 soldados ficaram feridos. Maduro acusou do atentado a oposição e o ex-presidente da Colômbia Juan Manuel Santos, acrescentando que estava ciente da preparação de uma conspiração contra ele com o apoio dos EUA.

Segundo Maduro, perto da fronteira com a Venezuela está sendo preparado um grupo de 730 mercenários que, em qualquer momento, podem começar provocações militares com o objetivo de neutralizar uma série de bases militares no território venezuelano. Além disso, as autoridades colombianas alegadamente concederam uma base aérea no seu território aos participantes do plano.

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