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Eduardo Bolsonaro reage a inquérito no Supremo e desafia Lula

O parlamentar já afirmou a intenção de não voltar ao Brasil. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu ao pedido de abertura de investigação pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por sua atuação nos Estados Unidos e disse que processos no Brasil viraram “meio de achaque”.

Para Eduardo, o pedido de apuração deve reforçar a tendência de sanção ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Eles estão confirmando tudo aquilo que a gente sempre falou, de que o Brasil é um estado de exceção, que depende do cliente, dos fatos políticos. Eles vão tomar as ações judiciais, que não tem nada mais baseado em lei”, disse.

Moraes é o relator do pedido de investigação da PGR, que foi distribuído a ele por prevenção. O magistrado decidiu, ainda na tarde desta segunda-feira (26), abrir a investigação pedida pelo Ministério Público. Ele centraliza as investigações sobre atos antidemocráticos no Brasil.

“O processo no Brasil virou um meio de achaque. Um gângster faria igual, um mafioso faria igual. Eles estão deixando isso aí para todo mundo ver, e a cereja do bolo é que eles estão empurrando, pressionando o Trump para estabelecer as sanções”, afirmou o deputado licenciado.

O governo brasileiro tem tratado a hipótese de sanção dos americanos ao magistrado como um ataque à soberania do Brasil. Questionado se isso não poderia ser um problema para o próprio país, Eduardo diz que cabe ao presidente Lula decidir se ampliará o embate com o governo dos EUA caso as sanções a Moraes se confirmem, como é tendência hoje.

“Se o governo Lula quiser comprar a briga do Moraes e mergulhar o Brasil numa disputa contra os Estados Unidos, onde notoriamente os Estados Unidos é o lado mais forte, isso vai ser uma decisão que a gente tem que deixar claro que é uma decisão do presidente Lula.”

“E nós aí vamos ter que trabalhar o quê? Para trocar de presidente, porque esse presidente não está servindo ao interesse dos brasileiros. O interesse dos brasileiros não se confunde com o interesse do Alexandre de Moraes”, avalia.

A aposta dos bolsonaristas é que uma sanção ao ministro do STF pode fortalecer o campo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para 2026.

Em outra frente, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), entrou com representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), alegando que sua conduta nos Estados Unidos fere à soberania nacional e pedindo instauração de inquérito criminal.

No documento, o deputado sustenta que Eduardo, que se mudou para o país americano em março deste ano buscando sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), viola a soberania nacional por essa e outras condutas relacionadas descritas pelo petista.

Lindbergh alega que o objetivo de Eduardo é o de “constranger” a Corte, deslegitimar o relator e obter vantagens penais e políticas, tanto para ele próprio, como para aliados.

“Trata-se, portanto, de ofensiva sem precedentes, liderada por um parlamentar brasileiro licenciado, com o objetivo declarado de constranger um magistrado da Suprema Corte, influenciar processos judiciais em curso e sabotar a independência do Poder Judiciário brasileiro por meio de uma verdadeira coalizão internacional”, diz trecho do documento.

 

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