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Eduardo Cunha exibe carimbos de 37 viagens à África para provar negócios lá

Deputado alega que viagens ao continente confirmam legalidade de depósitos na Suíça (Foto: Joel Rodrigues/Folhapress)

Na tentativa de comprovar as suas justificativas sobre a origem do dinheiro que mantém em contas secretas em um banco suíço, na tarde de terça-feira o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mostrou a líderes partidários as páginas de seu passaporte, carimbadas com 37 registros de desembarques na África.

O parlamentar tem sustentado que o dinheiro mantido fora do País por ele e a mulher, a jornalista Cláudia Cruz, é fruto da venda de carne moída e enlatada a países como a República Democrática do Congo (antigo Zaire).

O congressista também alega operações no mercado financeiro, no final da década de 1980, quando atuava como uma espécie de especulador internacional.

Segundo fontes da Câmara, o documento foi apresentado ao grupo no final do almoço que ocorre tradicionalmente às terças-feiras na residência oficial do peemedebista, ocasião em que a pauta legislativa da semana é informalmente discutida.

Com exceção do PT, compareceram ao encontro integrantes de quase todas as principais legendas, incluindo PSOL, PPS e Rede. Os relatos sugerem que apenas André Moura (PSC-SE) e Jovair Arantes (PTB-GO), dois de seus mais fiéis aliados na Câmara, mostraram-se convencidos com essa pretensa “prova” da versão apresentada pelo deputado.

Um dos principais opositores do governo, o presidente da Câmara é alvo de investigação pelas autoridades brasileiras e suíças, por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

Diniz

Em depoimento à PGR (Procuradoria-Geral da República), o economista Felipe Diniz negou ter mandado fazer depósito de 1,3 milhão de dólares em uma conta na Suíça da qual Cunha é beneficiário. Ele é filho do falecido deputado Fernando Diniz, ex-líder do PMDB na Câmara.

A informação sobre o depósito havia sido dada ao MPF (Ministério Público Federal) pelo lobista João Augusto Henriques. Ele seria ligado ao PMDB, o que o partido nega. Segundo Henriques, a quantia teria sido depositada em cinco transferências. (Folhapress)

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