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Eduardo Cunha pediu propina como se fosse uma doação, diz delator

O presidente da Câmara dos Deputados já foi denunciado pela PGR por corrupção e lavagem de dinheiro. (Foto: André Coelho/AG)

O lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador de propinas do PMDB, afirmou à PGR (Procuradoria-Geral da República), em delação premiada, que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu propina em forma de doação eleitoral para o partido.

As declarações de Baiano foram prestadas no dia 10 de setembro e anexadas ao pedido que gerou novo inquérito contra Cunha no STF (Supremo Tribunal Federal). A sugestão do atual presidente da Câmara teria sido feita em 2012, ano das eleições municipais.

O modelo recomendado é o mesmo que a Operação Lava-Jato atribui ao PT. O ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto, já condenado a 15 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, teria exigido propina para sua agremiação em forma de doação eleitoral.

Segundo o delator, o lobista Júlio Camargo estava atrasando o pagamento de propina sobre contrato do navio-sonda Vitória 10000, da Petrobras. Camargo atuava como representante de multinacionais perante a estatal.

As revelações de Fernando Baiano confirmam os relatos anteriormente dados pelo lobista Camargo, que afirmou ter sido pressionado por Cunha, em 2011, a pagar propina no valor de 5 milhões de dólares. De acordo com ele, as cobranças “foram feitas em reuniões pessoais com Cunha”.

Cunha já foi denunciado pela PGR por corrupção e lavagem de dinheiro. O presidente da Câmara defende enfaticamente o modelo de doação de empresas a campanhas políticas. Ele negou o recebimento de propinas no esquema investigado. (AE)

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