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“Efeito funil” e ventos impedem o escoamento das águas no Rio Grande do Sul

Acolhimento das famílias do bairro Humaitá de Porto Alegre. (Foto: Giulian Serafim/PMPA)

As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul desde o início dessa semana causou inundações em várias regiões. Após cinco dias de temporais, as águas não baixam, o que é atribuído, principalmente, a dois fatores: um “efeito funil” e a direção dos ventos, que dificultam o escoamento dos rios para o mar.

No sábado (4), o nível do Guaíba, em Porto Alegre, atingiu 5,22 metros e superou a enchente histórica de 1941, quando chegou a 4,76. A cota de inundação é de 3 metros na região do Cais Mauá.

A dificuldade de escoamento das águas é explicada por dois fatores principais: a formação de um “efeito funil”, devido à convergência das bacias dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Gravataí e Sinos para o Guaíba, e a direção dos ventos, que empurram as águas no sentido contrário, agravando as inundações na região.

O meteorologista Guilherme Borges, da Climatempo, alerta para a continuidade do problema nos próximos dias. Isso porque, segundo ele, o vento sul intenso retém as águas, eleva os níveis dos rios e aumenta a preocupação com a possibilidade de mais inundações.

“Quando o vento sopra de sul muito forte, ela faz com que a água seja empurrada e eleva o nível das bacias do Vale do Taquari e outras bacias que rodeiam Porto Alegre”, diz.

Dois pontos

A dificuldade para as águas baixarem se deve a dois pontos. O primeiro diz respeito é o efeito funil formado pelas bacias. Ainda há muita água escoando das bacias dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Gravataí, Sinos. Essas bacias “jogam” suas águas para o Guaíba, na capital, formando uma espécie de funil que retém as enchentes e atrapalha a saída para o mar.

Somado a isso, os ventos estão soprando no sentido sul do litoral para o continente, empurrando a água da Lagoa dos Patos no sentido contrário, o que contribui com as inundações no Guaíba.

Barragens

O Estado tem quatro barragens em situação de emergência. Isso significa que elas apresentam risco de rompimento iminente, segundo o governo do estado. Na quinta (2), o governo federal reconheceu o estado de calamidade no Rio Grande do Sul.

O cenário é considerado severo nas bacias dos rios Caí, Pardo, Jacuí, Sinos, Gravataí, além do Guaíba, em Porto Alegre.

A Defesa Civil colocou a maior parte das bacias hidrográficas do estado com risco de elevação das águas acima da cota de inundação.

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