O empresário Eike Batista pagou uma dívida de 5 milhões de reais da campanha de 2012 de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo, disse a empresária Mônica Moura em depoimento ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Segundo Mônica, coube ao então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, resolver o impasse do pagamento.
“Sempre tinha uma dívida que rolava. Isso era absolutamente natural, absolutamente normal. Tinha vezes que a gente fazia tantas campanhas que as dívidas se misturavam”, disse a empresária, uma das testemunhas ouvidas pela Justiça Eleitoral no âmbito da ação que apura se a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014.
Durante o depoimento, a empresária foi questionada sobre depósitos feitos em uma conta na Suíça mantida por João Santana, seu marido.
“Às vezes o próprio PT não sabia mais o que estava pagando. Se era 2010, se era 2012, se era Patrus [Patrus Ananias, hoje deputado federal], se era Haddad, era uma confusão de dívidas e essa dívida também ficou para o ano seguinte, só que essa em 2013 já também o Vaccari me chama e resolve através do Eike”, contou a delatora.
O pagamento no exterior teria sido acertado diretamente com o executivo Flávio Godinho, homem de confiança de Eike. Fez-se então um contrato de trabalho de três páginas, “bem simplesinho”, segundo Mônica. (Rafael Moraes Moura/AE)