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A eleição antecipada na Venezuela é uma farsa

Os efeitos nocivos dos erros de Maduro nas condições de vida da população – alto índice de morte de crianças por desnutrição decretaram o fracasso do regime. (Foto: Reprodução)

A Assembleia Constituinte da Venezuela, instituída pelo governo de Nicolás Maduro em conluio com o Judiciário, convocou eleições gerais para o fim de abril. A votação estava prevista para ocorrer no fim do ano, mas o que poderia soar como uma boa notícia para a democracia venezuelana – até porque a oposição vinha cobrando nos últimos anos a realização do pleito – é, ironicamente, mais um sinal do fechamento do regime, hoje caracterizado como uma ditadura plena.

Desde que chegou ao poder, em 2013, sucedendo a Hugo Chávez, seu mentor, Maduro se esquivou de todas as oportunidades de diálogo com a oposição, inclusive com mediação do Papa Francisco e países vizinhos. Apoiado pelas Forças Armadas, aparelhou as instituições daquela que já foi uma das democracias mais prósperas do continente. Declarou guerra a importantes setores produtivos do país e empresas estrangeiras, contando com os petrodólares de sua principal indústria. Mas, com a crise global e a queda dos preços do barril, o país mergulhou numa crise histórica.

Assim, a votação de abril ocorrerá em meio a um quadro de hiperinflação e o colapso total da economia, que praticamente erodiu o poder de compra do salário mínimo, tornando boa parte da população dependente de tíquetes-refeição subsidiados, distribuídos por critérios ideológicos.

Os efeitos nocivos dos erros de Maduro nas condições de vida da população – alto índice de morte de crianças por desnutrição; crescente desemprego e violência urbana; desabastecimento de produtos de primeira necessidade; racionamento de energia, entre outros infortúnios – decretaram o fracasso do regime, cuja prova cabal é a crise humanitária, que estimula o êxodo de refugiados venezuelanos para o exterior.

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