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Eleições 2022: “Não tem por que contestar a votação no segundo turno”, diz o ministro Fábio Faria

Fábio Faria estava no comando do Ministério das Comunicações desde junho de 2020. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse acreditar que não existe mais nenhum questionamento sobre as urnas eletrônicas. “Não tem por que contestar votação no segundo turno”, ponderou. Ele atribuiu o fato ao diálogo construído pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, com as Forças Armadas. Mas, na realidade, nunca foram constatadas fraudes nas eleições desde a implantação das urnas eletrônicas.

Na quarta-feira o Ministério da Defesa encaminhou ofício ao TSE alegando que um relatório sobre a fiscalização das urnas pelos militares só será produzido após a conclusão dos trabalhos, ou seja, depois do segundo turno. Em entrevista coletiva, horas antes, o presidente Jair Bolsonaro (PL) havia negado a produção de um relatório sobre a auditoria nas urnas pela Defesa.

A dez dias da eleição, num momento em que a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou os holofotes para a legitimidade do “orçamento secreto”, Faria reconheceu que será necessário rediscutir a ferramenta com a nova legislatura. “Esse assunto terá que ser amplamente debatido com o Congresso que foi eleito”, admitiu em entrevista ao jornal Valor Econômico.

Segundo Faria, uma vez confirmada a eventual vitória de Bolsonaro no segundo turno, o passo seguinte seria “pacificar o Brasil”, porque seria mais fácil ter um presidente com a maioria do Congresso ao seu lado.

Faria foi veemente ao negar que, em eventual segundo mandato, Bolsonaro defenderá emenda para aumentar o número de ministros no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ele argumenta, ainda, que Bolsonaro “amadureceu” nesses quatro anos, e que será possível recompor a relação com o Poder Judiciário, embora o presidente tenha mantido nas últimas semanas ataques e ofensas a ministros da Corte.

Faria declarou, ainda, que o ministro da Economia, Paulo Guedes, continuará no cargo na hipótese de vitória de Bolsonaro. O ministro confirmou que o benefício de R$ 600 do Auxílio Brasil será mantido, observando que Guedes já garantiu que haverá espaço fiscal para tanto. Faria citou como possíveis fontes os lucros e dividendos das estatais, novas privatizações e cortes de gastos. O ministro desconversou quando perguntado sobre a emenda constitucional (PEC) que atualizará o teto de gastos, mas fez uma defesa do instrumento que limita o crescimento das despesas públicas.

Ele criticou os institutos de pesquisas, afirmando que as projeções para o primeiro turno teriam beneficiado Lula. Segundo especialistas, uma mobilização acima do esperado em Estados com histórico de rejeição ao PT e o chamado “voto envergonhado” podem ajudar a explicar o desempenho melhor que o projetado de Bolsonaro na comparação com o que traziam as pesquisas de opinião.

Eles também apontam que há apoiadores do presidente que têm se recusado a responder às pesquisas, que são consideradas por especialistas “retratos” dos momentos em que as perguntas são feitas. E argumentam que o segundo turno deve ser visto como “uma nova eleição”. Pode haver um reposicionamento do eleitor. As informações são do jornal Valor Econômico.

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